ESQUEÇA TUDO O QUE EU DISSE SOBRE DIEGO TARDELLI

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Há 24 horas eu dizia nesse espaço para esquecer o passado e listava os benefícios de tal decisão. Implorei à torcida que esquecesse o nome de Diego Tardelli e seguisse a vida, mas a verdade é que eu não superei. É como falar com os amigos que é passado e o travesseiro dizer o contrário quando o sonho vem.

2009, 2010, 2011, 2013, 2014… tenho história para contar até do período em que você não esteve aqui. Existe um pouquinho de Tardelli em metais expostos na Sede de Lourdes. Nos dias em que mais te odiei, abri seus stories no Instagram esperando uma indireta que reacendesse qualquer esperança de que a história não havia acabado. Que loucura essa relação entre o ódio, a saudade e a esperança. Sei que você curte o som do Belo, afinal de contas, pedia no Fantástico sempre que marcava três, mas me deixa citar um trecho do Gustavo Lima, apesar do vocalista não ter uma boa escolha no futebol. “Seria covardia ir embora sem dizer porquê / Existem tantas páginas dessa história pra escrever”.

Você ainda tem muito o que escrever, Tardelli. Muito já foi feito e diversos outros feitos podem ser registrados. Tanta gente aconselha, fala o que é melhor, mas os desafios nem sempre andam lado a lado com as melhores decisões, certo? Eles nos provocam, instigam, injetam uma energia inigualável. Nós, da arquibancada, precisamos de uma nova energia, você precisa, o clube precisa. Sabe qual é a coincidência nisso tudo? Os três juntos formam um trio FODA.

Mesmo que tenha dado voltas pelo mundo, acredito que tenha visto que o futebol não é perfeito, seja na China ou no sul do Brasil. Os dias ruins nas mesas do chefe passaram e é preciso um esforço enorme para lembrar do que foi dito por lá. Já o som da Massa cantando, isso eu garanto que ainda ecoa no seu coração. Pode acreditar, meu parceiro, vai ecoar ainda mais quando você pendurar as chuteiras. Aí… O tempo trará o sabor amargo do “e se eu…”

Nós apresentamos fulano, cicrano e beltrano, percebemos como é raro encontrar identificação no futebol. Você vestiu camisa vermelha, azul, branca, sabe que não rolou química. Aliás, o azul ficou péssimo em você. Por falar em azul, já que citei Gustavo Lima, deixa eu fazer uma média com o rock citando Linkin Park. “Things aren’t the way they were before”. Definitivamente, as coisas não são mais como eram antes. A sua vítima favorita descansa em paz e já não está entre nós. Relaxa, temos desafios muito maiores. Olha eu voltando a citar Gustavo Lima – “Vou te fazer lembrar de tudo que me prometeu há dez anos atrás”. Nós sonhamos com aquele Brasileiro em 2009, o Mineirão arrepiou, mas a história foi adiada. Quem sabe para um final ainda mais épico, não no Mineirão, mas na nossa própria Arena.

Dizem as más línguas que é você quem sonha com a estreia da Arena MRV. Dizem as boas línguas que é você quem pergunta quais recordes podem ser quebrados, caso retorne. Eu não te esqueci, você não me esqueceu. Prepara a playlists do Belo, Fantástico. Sobe o som no asilo.

“Quem sabe o sonho vira realidade
E eu encontre o Tardelli pela cidade”

Acaba não, mundão.

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