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Ex-diretor critica Sampaoli e diz que abriu mão de uma boa grana ao sair do Galo

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FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Dois meses após ser demitido do Atlético, o ex-diretor de comunicação do clube, Domenico Bhering, deu sua primeira entrevista. Em live ao canal do Youtube Web Rádio Galo, Domenico desabafou sobre o comportamento do técnico Jorge Sampaoli e sua comissão técnica.

Perguntado o que faltou para que o Atlético fosse campeão Brasileiro na última temporada, Domenico citou alguns pontos que Sampaoli poderia ter feito diferente.

Acho que em algum momento o Sampaoli poderia ter jogado contra alguns adversários de forma diferente, poderia ter armado o time de uma forma diferente, poderia ter se precavido mais em relação aos contra-ataques que o time sofreu, a exposição que muitas vezes a nossa defesa teve diante dos adversários. Foram três pontos. O título estava batendo na nossa porta e o Atlético devia ter ganhado esse campeonato. Foi um jogo. Eu estava no jogo contra o Bahia em Salvador. O que o Atlético fez com o Bahia no primeiro tempo eu nunca vi na minha vida. Foi um massacre. Depois a gente tomou de 3 x 1, daquele time horroroso do Bahia (…). Faltou em algum momento alguma coisa tática, faltou em algum momento ele entender que ele não tinha mais aquela unanimidade do início do trabalho dele. Faltou em algum momento ele ter um ambiente melhor, essas coisas eu acho que realmente ele deixou a desejar. Eu acho que ele poderia ter, com um ajuste tático, ou diferente, a gente poderia ter sido campeão Brasileiro. E acho que a turma dos patrocinadores, dos parceiros, conduziram tudo muito bem conduzido (…). Acho que eles tiveram o time certo para a troca. Eles acreditaram que podia acontecer, o que todo mundo acreditou.

O ex-diretor também ressaltou que Sampaoli foi muito blindado dentro do clube, a ponto de, censurar as perguntas feitas a ele pela imprensa nas coletivas.

No jogo do Grêmio lá, do 1 x 1, eu recebi as perguntas do Cássio Arreguy. A imprensa manda as perguntas para o Cássio, ele não edita as perguntas, ele arruma porque às vezes existem perguntas parecidas que ele coloca em uma só, e me manda. Eu pego as perguntas lá no whatsapp, o Sampaoli senta e eu faço as perguntas. Eu não sei de quem são as perguntas. Eu recebo as perguntas. E fiz as perguntas para o Sampaoli após o empate contra o Grêmio. Ele não gostou das perguntas, porque as perguntas da imprensa foram duras. Mas é um direito da imprensa. Se a imprensa estivesse presente lá, faria as mesmas perguntas. Ele reclamou das perguntas feitas pela assessoria com o Sérgio Coelho, ele reclamou com o Rodrigo Caetano. E eu fui saber disso depois (…). E falei, tive oportunidade de falar isso com algumas pessoas, não censurem, não cortem perguntas. A gente não está aqui para fazer isso, estamos aqui para ler as perguntas. Se o treinador se sentiu ofendido com a pergunta e não quer falar, ele só diz que essa pergunta ele não responde, ponto. É direito dele também. Na sequência teve outro jogo, não foi o jogo do Vasco não, que algumas perguntas foram cortadas. Eu já estava fora. Algumas perguntas que a imprensa mandou foram cortadas. Eu vi a Itatiaia batendo, eu vi o Superesportes batendo, eu vi a rádio 98 batendo. Uma coisa que eu tinha cantado a pedra (…). Eu acho, que eles achavam que a imprensa tinha um pouco de medo do Sampaoli.

Domenico fez questão de citar a festa promovida pelo então gerente de futebol do clube, Gabriel Andreata e o comportamento do ex-dirigente na sua passagem pelo Galo.

Muita gente me perguntou se eu tinha ido a festa (…). Eu não sei nem onde foi a festa. Depois a gente ficou sabendo, quem tinha participado (…). Sampaoli mal, mal, cumprimentava os funcionários do Atlético, quando cumprimentava (…). E o Andreata que vocês citaram aí. Nunca trabalhei com uma mala maior do que o cara chamado Andreata. É um cara que foi extremamente nocivo ao Sampaoli. Se o Sampaoli soubesse o que o cara é. Porque é aquele cara que blinda o Sampaoli. Só não carrega a mala, se é que não carregava a mala do Sampaoli. Ele era um secretário do Sampaoli . Ele não era gerente de futebol. Ele era secretário do Sampaoli Ele era um cara que veio para blindar o Sampaoli o dia inteiro de tudo. E muitas vezes o Sampaoli não sabia o que estava acontecendo.

Sobre sua saída do clube, Domenico fez questão de deixar claro que saiu pela porta da frente sem deixar inimizades.

Saí pelas portas da frente. Eu fiz um acordo, meu acerto com o Sérgio Coelho, porque quem entra na justiça normalmente, está lá na manchete dos sites, fulano de tal entrou na justiça e está querendo tanto e tal, eu poderia ter feito isso, não quis fazer. Preferi não fazer. Deixei sim na minha concepção, e do meu advogado, muita grana para trás. Mas eu acho que a vida não é feita só de dinheiro, é feita de outras coisas. Eu preferi dessa forma. Saí de cabeça erguida. Tenho as portas abertas para entrar, para poder fazer uma reunião, para tomar um café. Eu encerrei um ciclo, eu fiquei, e não estou inimigo de ninguém no clube. Não tenho nenhum problema em relação a isso.

O ex-diretor salientou que abriu mão de uma boa grana, mas saiu de cabeça erguida.

Estou falando isso pela primeira vez e talvez ninguém saiba, porque se eu tivesse entrado na justiça, seria chamado de mercenário, falariam que só quero levar dinheiro do clube. Então, eu acho que o outro lado também tem que ser contado. Fiz um acordo, que no meu entendimento, e isso não tem problema, poderia ter sido o dobro ou o triplo do acordo que eu fiz. Mas, não era isso que me interessava nesse momento. Me interessava nesse momento, sair pela porta da frente, de cabeça erguida como eu saí,

Domenico elogiou muito o novo técnico do Atlético, e está muito otimista com essa temporada do time.

Eu acho que o Atlético tem um supertime. Sou alucinado com o trabalho do Cuca. Conheço muito o Cuca, ele é meu amigo. Tenho certeza que o Atlético vai ganhar. O Atlético tem jogador, tem estrutura, tem treinador, e eu acredito muito que o time nos próximos dois anos vá ganhar títulos importantes.