Nathan reclama de esquema proposto por Dudamel e treinador responde

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Demitido após a eliminação para o Afogados, de Pernambuco, pela Copa do Brasil, Rafael Dudamel encerrou a breve história no Atlético de forma amarga. Foram apenas dez partidas no comando do Galo, marcadas pelo aproveitamento ruim no estadual, eliminação na Sul-Americana e Copa do Brasil. Em entrevista à TV Record, o meia Nathan contou sobre o difícil convívio do elenco com o treinador venezuelano, o que pode ter contribuído para a precoce despedida.

“A gente era acostumado, era bitolado a fazer só um esquema, só jogar de um jeito, aí chega um técnico e quer que a gente jogue de outro jeito. Alguns jogadores já começam a não gostar e o técnico gostava de bater de frente” – contou, Nathan.

Segundo o jogador, havia multas para os atletas que se atrasassem para o horário de almoço. Nathan também destacou a dificuldade de compreensão do time para a ideia de jogo proposta por Dudamel, pois o treinador mudava o esquema tático várias vezes.

“Dudamel era um cara que às vezes queria muito mandar, mandar, deixava a gente trancado no CT, tem muitos jogadores que não gostam disso e acabavam ficando de saco cheio. Pô, o cara quer mandar em tudo. Só podia almoçar no horário que ele queria. Tem alguns jogadores que gostam de fazer academia depois do treino. Acabava o treino, queria ir para a academia e não podia porque tinha que estar meio-dia na hora do almoço. Só que o treino acabava 11h40, um exemplo. Tinha que tomar banho rapidão para subir e almoçar, senão chegasse meio-dia, ganhava multa. Ele chegou do dia para a noite e plum, mudou tudo. Daí a gente não entendia muito bem o esquema tático, ele falava para a gente fazer uma coisa, aí a gente fazia, depois falava para fazer outra, depois para fazer outra. Essas coisas assim que não deixava muito clara para a gente”.

Em uma transmissão ao vivo no Instagram para o portal Meridiano, da Venezuela, Dudamel lamentou as declarações de Nathan, as qualificou como “covardes” e disse que a porta da sala do técnico sempre esteve aberta para conversas.

O treinador entende que uma equipe campeã precisa ter normas coletivas no ambiente de trabalho e que, no Atlético, os jogadores definiam tudo por conta própria. A presença de outros funcionários no local de almoço dos atletas foi citada como um dos fatores que incomodou o venezuelano na Cidade do Galo.

“O futebol brasileiro tem muitas particularidades, as quais fomos conhecendo. Tentamos ir mesclando com as nossas. Para mim foi muito difícil, por exemplo, encontrar na concentração que o motorista do ônibus ou que a podóloga ou que a secretária do presidente almoçava no mesmo momento dos jogadores, juntos”, contou o técnico.

Dudamel afirmou que tomava decisões necessárias com o apoio do Presidente Sette Câmara e reclamou do prazo para conseguir êxito no Brasil.

“Eles não nos deram a chance de formar uma equipe competitiva, só tivemos 30 dias de trabalho”, lamentou Dudamel.

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