FRANKSTAIR QUER SER KALIL

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FOTO: FLICK CRUZEIRO / EDITADA DMD

O estilo Kalil ficou conhecido em todo o país pelas entrevistas do dirigente e participações em programas de TV. Frases polêmicas, cutucadas no rival e, quase sempre, caras de poucos amigos ao abordar qualquer assunto. Mesmo o turco sendo extremamente ranzinza, o cara conseguia ganhar a simpatia da imprensa e do eleitorado, o que o levou à prefeitura de Belo Horizonte, sendo cotado para o governo do estado na última eleição. Como a fórmula parecia simples, tentaram (sem sucesso) copiar esse perfil logo no clube que era alvo das provocações do Kalilzinho.

O resultado foi um Frankenstein na administração do rival. O dirigente contribui para o retrocesso do futebol mineiro sempre que vê um microfone próximo a ele. Já falou em resolver “na porrada” com a Federação Mineira, acusou Castellar de lobby a favor do Galo no caso Fred e sequer consegue responder uma pergunta sobre a tragédia de Brumadinho sem citar a federação “crubista”.

A arbitragem do clássico mostrou que a mentalidade de Poderoso Chefão, muito usada por Euricos no passado, ainda dá resultado no futebol brasileiro. Através de erros seguidos do apito, o Cruzeiro segurou o empate no Mineirão e espera colher mais frutos dessa pressão nos bastidores das competições que disputará em 2019. Uma tranquilidade frágil, que esconde a verdadeira cara da equipe quando encontrar uma boa arbitragem.

Com Kalil foi assim, montando time para brigar na parte de baixo da tabela, mas ganhando aplausos da própria torcida por se preocupar o tempo todo com o Cruzeiro. Quando reduziu o número de besteiras soltas pelo ar, o clube evoluiu e nunca citamos erros de arbitragem que aconteceram na reta final da conquista da Libertadores.

Para que não fique a impressão de que o texto foi escrito pelo presidente do fã clube de Alexandre Kalil, lamento que ele anda use as redes sociais para constranger jornalista, como na mensagem em que citou Mauro Cézar, da ESPN. Na coletiva sobre o sumiço de Arrascaeta, a fórmula de intimidação também é copiada; Itair criticou programas da Fox, além de expor o repórter que trabalha nos Diários Associados que fazia uma boa pergunta sobre as finanças do clube.

Se a emissora não o defende, ela é atleticana, se o repórter questiona, deve ser intimidado, se a CNRD analisa contratos e decide que Fred deve pagar milhões, há algo errado, se a arbitragem não erra a meu favor, ela veste preto e branco. Fica fácil comandar o futebol do Cruzeiro desse jeito, Itairzão. Se eu venço, sou foda, se tropeço, o erro não foi meu.

Não existe esperança quanto à mudança de comportamento do Frankstair após o nítido resultado da pressão pré-clássico, com o Cruzeiro somando mais 1 ponto na tabela. Ninguém da imprensa irá questionar e o discurso populista que garante curtidas no Facebook.

Seria muito mais barato investir em um papelão e um elástico, Frank. Cola a foto do Kalil na frente e quem sabe assim você pode até gritar Galo, como fazia no passado.

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