GUGA VOLTA COMO TITULAR?

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

A primeira dúvida é se ele realmente volta. Assim como Emerson, negociado com Betis e Barcelona, Cláudio Rodrigues, o Guga, atua em uma posição onde as peças promissoras são disputadas ferrenhamente pelos grandes clubes europeus. Mesmo que errem vez ou outra, encontrar um lateral direito é ganhar na loteria e apostas são bem-vindas, principalmente se o garoto é frequentemente convocado para as seleções de base do país.

O roteiro pode ser o mesmo com os dois nomes citados, apenas seis meses de Galo comprovando o bom investimento ao buscar atletas com tendência de valorização. Venda que daria alívio temporário ao caixa do Atlético, mas desfalcaria o elenco em momento chave da temporada. Vale a tentativa de negociar agora e liberá-lo no fim de 2019, prática comum no Brasil.

A discussão agora é a titularidade no setor. É difícil explicar para torcedores de outros times, mas a verdade é que, mesmo vindo do modesto Avaí, Guga já se apresentou com um cronômetro em andamento, era questão de tempo vê-lo entre os titulares, já que disputaria posição com Patric, jogador de relação conturbada com a arquibancada. Atuando pelo time reserva, Guga anotou assistências, contribuiu para vitórias e não deu outra, a Massa pediu em massa que o novo contratado tivesse sua chance entre os titulares.

Ainda com Levir, Patric foi para o banco de reservas na reta final do Mineiro e assistiu de camarote as eliminações do Galo na Libertadores e a derrota na final do estadual. Em campo, Guga teve apresentações discretas, demonstrando nervosismo em momentos decisivos. Foi colocado em uma fogueira com o time extremamente desorganizado de Levir Culpi e nem mesmo as assistências no início do Brasileiro deram garantia de titularidade. Rodrigo Santana já cogitava a volta de Patric ao time antes mesmo da ida de Guga para a Seleção Brasileira.

Nos últimos anos, Patric foi o principal alvo das minhas críticas na TV e internet ao comentar sobre o elenco. Não concordei com a renovação de contrato e valorização salarial por entender que ele sempre entregou pouco ao clube. Porém, analisando apenas o momento atual, quando o lateral retornou ao time titular, me surpreendi com as atuações e a postura em campo. Além de contribuir para importantes vitórias, Patric foi eleito por canais de comunicação como o melhor em campo diversas vezes. Nos momentos de tensão das partidas, vibrava e incendiava a arquibancada, gesto comum, característico na história do Atlético, mas pouco utilizado pelo atual elenco. Fez a torcida entrar nos jogos e contagiou companheiros de time com a vibração. Deixou de lado qualquer mágoa por vaias no início de 2019 e puxou o entrosamento entre time e atleticanos, tão ausente nos últimos meses.

O cronômetro de Guga resetou! Caso permaneça na Cidade do Galo, o lateral canarinho terá que convencer Rodrigo Santana a sacar Patric do time novamente. Vale lembrar que Santana já cogitava a mudança antes mesmo da ida para a Seleção. Se dependesse da torcida, Guga certamente teria vaga cativa no time principal, não só pelos números, mas a relação dos atleticanos com Patric no passado influencia na escolha.

Colocar no banco o atleta valorizado no mercado de transferências? Hmmm… Acho que Rui Costa também deixaria seu palpite nessa discussão. Voto da torcida, voto do diretor de futebol, pressão para o técnico interino. Briga boa! Ganha o Atlético, que terá outra disputa na lateral esquerda. Mas esse é assunto para o próximo episódio do Deus Me Dibre.

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