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Há quinze anos, tinha início os Amigos do Galo, com participação de Rubens Menin

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FOTOS: ARQUIVO AMIGOS DO GALO

Nos últimos meses, Rubens Menin, fundador da MRV, tem sido destaque nas manchetes esportivas. O empresário chama a atenção de veículos de comunicação e torcedores de todo o país pelos empréstimos que tem feito ao Galo, permitindo que o clube atenda aos pedidos de Sampaoli e se torne a equipe mais ativa no mercado de transferências.

Porém, muito antes do terreno doado para a construção da Arena MRV, pagar parte do salário de Sampaoli, comprar os naming rights do estádio e emprestar dinheiro a juros baixíssimos, Rubens Menin participou da fundação de um grupo que ajudaria a estruturar a Cidade do Galo. De 2005 até 2009, a Associação Amigos do Galo contribuiu para o crescimento do centro de treinamento, principalmente nas categorias de base.

Rubão, como é chamado pelos amigos, se tornou conselheiro durante a gestão de Ricardo Guimarães e aceitou o convite do empresário do Banco BMG para participar de uma ideia embrionária. O ex-presidente e atual parceiro na concretização do sonho da Arena MRV convocou torcedores influentes e grandes empresas para a criação da entidade. Sem vínculo administrativo ou político com o clube, o grupo ganhou a adesão de atleticanos que seriam personagens importantes na história do Atlético. Rodolfo Gropen, Lásaro Cândido, Rubens Menin, entre outros, passaram a planejar ações que contribuiriam para a continuidade das categorias de formação em um período que o clube tinha dificuldade até para a compra de produtos do departamento médico.

Fernanda Charbel, vice-presidente dos Amigos do Galo, lembra que as doações ajudavam a manter a qualidade do gramado nos campos. Móveis para os quartos dos atletas da base também foram adquiridos com contribuições dos atleticanos. Lan house para a meninada, caixa de areia para tratamento de lesões, tudo comprado com o dinheiro do grupo. Ao citar a participação de Menin, Fernanda destacou a objetividade do empresário nas reuniões, fato citado também por Paulo Rocha, diretor de TI responsável pelo site. Nas atas das reuniões, parágrafos citam Menin reforçando o apoio à instituição através de carta aberta, sem elo político.

Diretores e presidentes do Atlético marcavam presença nas resenhas realizadas na Cidade do Galo. Quem contribuía, podia visitar o CT em dias específicos, o que causava controvérsia e era criticado pelos torcedores que não participavam da associação. Paulo Rocha lembra que Levir Culpi era figurinha carimbada nos churrascos e, sempre sorridente, levava atletas para as festas. Os encontros entre dirigentes e Amigos do Galo eram frequentes para responder aos questionamentos sobre o dia a dia da instituição. O principal evento era a “Terça no Galo”, reuniões realizadas no auditório Elias Kalil, da Sede de Lourdes, com a presença de técnicos, ex-jogadores e dirigentes conversando com os associados. Atual setorista do Atlético, Breno Galante foi em uma das reuniões no auditório do centro de treinamento e pôde fazer perguntas ao presidente Ziza Valadares. Empolgado com as ideias propostas pela turma, passou a fazer parte e pagar a mensalidade de aproximadamente R$ 150.

Quando Alexandre Kalil assumiu, o ex-presidente disse em um dos encontros que a parceria era positiva e que o Atlético iria atrás dos Amigos do Galo, agradecendo a ajuda. Dias após a declaração, Kalil rompeu os laços com a associação afirmando que “não precisava de esmola” e decidiu por derrubar o muro que ficava no CT com o nome dos “amigos” que contribuíram por pelo menos doze meses.

Localizado pouco depois da porta da entrada do centro de treinamento, o muro era um marco da associação e um incentivo para a adesão de novos sócios. Nas fotos da “pracinha” dos Amigos do Galo, registros de visitas ao CT e discursos da dupla de empresários torcedores Rubens e Ricardo sobre o futuro do Clube Atlético Mineiro.

A ajuda dos atleticanos contribuiu para o crescimento da Cidade do Galo, que seria eleita, em 2010, o melhor centro de treinamento do Brasil, segundo o canal SporTV e a Universidade Federal de Viçosa. O CT recebeu seleções de diversos países, inclusive na Copa do Mundo realizada no Brasil, sendo elogiada por atletas, dirigentes e imprensa pela estrutura oferecida aos profissionais. Aos Amigos do Galo, restou a saudade e o orgulho pela contribuição em um período difícil vivido pelo Atlético.