Hulk dependência? “Cucabol”? – O Atlético “2.1” comprova ser muito mais

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FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

O Atlético deu mais um grande passo rumo a conquista do título Brasileiro. A vitória por 1 x 0 sobre o Athletico-PR em Curitiba, na tarde da última terça-feira (16), colocou o clube mineiro “a dois passos do paraíso”, como diria Evandro Mesquita e a banda Blitz.

De acordo com o setor de matemática/probabilidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o resultado conquistado no sul do país, as chances de conquista do Campeonato Brasileiro chegaram a 99%.

Ainda, de acordo com a análise feita pelos matemáticos da UFMG, a pontuação atual alvinegra (71 pontos) dá uma chance de 46% de título ao Galo. Com mais uma vitória, essa probabilidade ultrapassa os 81%. Vencendo 2 jogos, as chances ultrapassam os 96%.

Tais números só corroboram com a mostragem da grande campanha atleticana no Campeonato Brasileiro. São vinte e duas vitórias em 32 jogos. Um aproveitamento de 74% na competição. O terceiro melhor ataque além da melhor defesa.

O Atlético vai quebrando diversos paradigmas e P-R-E-C-O-N-C-E-I-T-O-S neste Brasileirão com seu treinador. Cuca carregou, por alguns anos, na sua carreira, a imagem de ser um técnico capaz de montar ótimas equipes, mas de não conseguir grandes conquistas, imagem esta, quebrada com as conquistas da Copa Libertadores de 2013 e do Brasileiro de 2016.

FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

Um segundo peso que Cuca carregou em certo momento da sua carreira, era um apelido. O famoso “Cucabol”. Criado no ano em que o treinador conquistou o título do Campeonato Brasileiro, com o Palmeiras, pelo jornalista Mauro Cézar Pereira, o “Cucabol” remetia aos cruzamentos excessivos que, segundo o jornalista ex-ESPN, a equipe do treinador fazia quando estava precisando de fazer um gol.

Esta alcunha ficou ligada ao nome do técnico durante alguns anos, mesmo com suas equipes apresentando repertórios diferentes em outros momentos. Para se ter uma ideia, o Atlético é apenas a 10ª equipe em média de cruzamentos por jogo, nesta temporada, sendo que, a grande maioria dos clubes que estão atrás do Galo nesta lista, são times que apresentam ou problemas para chegar ao ataque, ou acabam sendo equipes reativas, que apostam em contra-ataques.

Confira a lista:

COCAÇÃO

TIME MÉDIA DE CRUZAMENTOS POR JOGO

São Paulo 25,66

Bahia 24,42

Grêmio 23,91

América 23,88

Palmeiras 23,78

Santos 23,34

Red Bull Bragantino 22,53

Flamengo 22,45

Athletico-PR 22,15
10º Atlético

21,69

11º Chapecoense

21,50

12º Fluminense

20,78

13º Ceará

20,22

14º Internacional

19,97

15º Sport

19,70

16º Corinthians

19,63

17º Fortaleza

19,38

18º Juventude

18,13

19º Atlético-GO

18,03

20º Cuiabá

16,81

*números retirados do FootStats

Outro paradigma enfrentado por Cuca, assim que seu nome foi anunciado pelo Atlético, no princípio do ano, foi em relação a forma que seus times tinham de jogar, privilegiando o ataque e esquecendo o setor defensivo. Isso tem relação com o trabalho feito no Galo, em 2012/2013. O apelido dado àquele Atlético, “Galo Doido”, referia-se aos números elevados do ataque.

Porém, o que se vê neste Campeonato Brasileiro não está muito distante.

Confira na tabela:

ANO

GOLS MARCADOS MÉDIA POR JOGO COLOCAÇÃO NO CAMPEONATO
2012 64 1,68

Melhor ataque da competição

2013 49 1,29

8º melhor ataque da competição

2021 51 1,60

3º melhor ataque da competição

 *considerando apenas o Campeonato Brasileiro

Outra competição em que também é possível fazer esta comparação, é na Copa Libertadores. Na fase de grupos de 2013, o Atlético marcou 16 gols. Já em 2021, foram 15 gols feitos. Com números tão próximos, seria errado dizer que o Atlético deste ano, é também um “Galo Doido”?

Claro, é possível pensar que o que fez a “doideira” de Ronaldinho, Jô, Bernard e companhia, não foi apenas o ataque muito positivo, mas a relação entre o número de gols marcados, somado ao número de gols sofridos. Entretanto, será que poderia se pensar que as defesas montadas pelo treinador, em 2012 e 2013, eram mal montadas?

Vejamos:

ANO

GOLS SOFRIDOS MÉDIA POR JOGO COLOCAÇÃO NO CAMPEONATO

2012

37 0,97 3ª melhor defesa da competição
2013 38 1

4ª melhor defesa da competição

2021 22 0,69

Melhor defesa da competição

*considerando apenas o Campeonato Brasileiro

Para finalizar, desde o final de abril, quando o Atlético conseguiu começar a emplacar um bom futebol e principalmente, resultados positivos, muito do que se falava era de uma dependência de Hulk no time alvinegro, que a equipe só conquistava as vitórias pelas ótimas atuações do atacante.

Hulk realmente é o melhor jogador do Galo na temporada, indiscutível. Na verdade, não apenas do Atlético. Mas do futebol brasileiro. Artilheiro da Copa do Brasil, vice-artilheiro do Brasileirão e Copa Libertadores, 3º jogador a dar mais assistências no campeonato nacional… Temporada irretocável!

Foto: Pedro Souza / Atlético

Mas, ainda assim, seria injusto colocar todos os méritos alvinegros, na conta do camisa 7. Além das qualidades ofensivas e defensivas descritas anteriormente, o Atlético alcançou o mais difícil neste Brasileirão; a regularidade! Além de ter o melhor aproveitamento (74%), o Galo é o melhor mandante e o melhor visitante, com 90% e 58% de pontos conquistados, respectivamente. Outro número que impressiona é ser o líder do turno e do returno. Isso com jogadores sendo convocados, contusões, pouco tempo de treinamento, jogos em sequência… Tudo o que o futebol brasileiro e seu calendário maluco podem proporcionar.

Visando coroar ainda mais este ano, além da conquista do Brasileiro, que está muito próxima, o Atlético terá a oportunidade de chegar ao bicampeonato da Copa do Brasil. Para isso, terá de passar pelo Athletico-PR nas finais, que acontecem nos dias 12 e 15 de dezembro.

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