Kalil rebate críticas e dispara “Não tem tamanho pra brigar comigo”

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Se a bola não tem rolado nos estádios de Belo Horizonte, fora das quatro linhas, os bastidores do Atlético têm vivido dias agitados durante a pandemia do Covid-19. Cada vez mais, Alexandre Kalil e Sérgio Sette Câmara deixam claro a ruptura do grupo que um dia foi chamado de “panela” pelo atual prefeito de Belo Horizonte. Em entrevista ao programa SportsCenter, da Espn, Kalil voltou a disparar contra o atual mandatário do Atlético, respondeu às críticas sobre dívidas herdadas por Sette Câmara e revelou uma visita do atual vice-presidente do clube à prefeitura.

Kalil contou que recebeu a visita de Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente, que temia, nas palavras do prefeito, uma vitória da oposição nas eleições do clube. O ex-presidente garante que sequer pretende comparecer no dia da votação e respondeu às críticas sobre o período em que esteve à frente do clube afirmando que quem o ataca não tem tamanho para brigar com ele.

“Em Atlético, eu posso rivalizar com (os presidentes) Elias Kalil, com Nelson Campos (campeão Brasileiro em 71), que nem estão aí mais, mas eu não tenho que rivalizar com ninguém no Atlético não. Eu já saí de lá tem uma eternidade, eles é que não conseguem me esquecer”. (…) “Eu não sei o que é que acontece no Atlético, eu não vou lá. Eles foram lá atrás de mim, foi o vice-presidente, o Lásaro Cândido, foi atrás de mim. Eu falei eu não quero saber de Atlético, eu não vou na eleição, não adianta. Não fui votar na última eleição. Eu não estou entendendo essa briga que quer arrumar comigo. Primeiro que não tem tamanho para brigar comigo”, disparou Alexandre.

No domingo (26), Sérgio Sette Câmara declarou em entrevista ao Blog do Perrone que havia uma “herança maldita” de dívidas no Atlético, associando as contas à conquista de títulos do clube.

“Não é só ficar levantando caneco e deixar a herança maldita para os outros presidentes. A conta chegou. E caiu no meu colo”, teria dito Sette Câmara ao blog.

Ao anunciar o pagamento da dívida por Maicosuel na Fifa, o atual presidente fez uma publicação no Twitter dizendo que a “fatura paga” era tão ou mais importante que títulos. Sérgio agradeceu aos empresários Rubens Menin e Ricardo Guimarães, que teriam contribuído para que fosse possível alcançar o valor necessário. O Atlético não divulgou se o valor repassado pelos empresários foi empréstimo, doação ou antecipação de patrocínio das próximas temporadas. Alexandre afirmou ser amigo de Rubens Menin, cofundador da MRV, mas que o envolvimento com a empresa nos seis anos de gestão foram apenas profissionais.

“O que eu estou falando é que (a publicação do presidente) foi uma jogadinha, ‘muito obrigado’. Obrigado? É de graça? Então fala tá doado”, respondeu Kalil, que já havia afirmado, durante a semana, em uma transmissão pelo Instagram, que não precisou da caridade de ninguém enquanto esteve à frente do clube. Alexandre enfatizou que aceita críticas como administrador da cidade, mas que as rebate quando se trata do período em que esteve no Galo, pois lá, atualmente, só teria “júnior”, termo utilizado para iniciantes em uma determinada área.

O ex-presidente calcula que o Al Sharjah-EAU teria pagado 2 milhões de euros pelo empréstimo do atleta por um ano. O clube dos Emirados Árabes precisaria desembolsar outros 2,5 milhões de euros para ficar definitivamente com o jogador, o que acabou não acontecendo. Em junho de 2017, o São Paulo pagou 1 milhão de euros (R$3,6 milhões de reais) pela contratação em definitivo. Na soma das negociações, Kalil avalia que restariam cerca de 300 mil euros para finalizar a dívida com a Udinese.

Alexandre Kalil ressaltou ainda que apesar da dívida por Douglas Santos permanecer na Fifa, o lateral também foi vendido por um alto valor e o Galo não quitou a pendência com a Udinese. Diego Tardelli, citado por Sette Câmara como uma dívida herdada de gestões anteriores, também foi lembrado pelo prefeito como um atleta vendido pela gestão posterior sem o pagamento imediato ao Al-Gharafa, clube que negociou o jogador com o Galo em 2013. O ex-presidente destacou também que deixou um grande percentual do Profut pago até 2021.

“Quando bloquearam parte do dinheiro do Bernard, talvez a torcida do Atlético não saiba, eu negociei o Profut de 2014 até 2021. O Atlético só paga 50% do Profut. Isso a torcida não sabe, isso eu nunca falei. Isso não interessa”, argumentou Kalil.

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