LEO SILVA, NÚMEROS E ROTEIRO QUE JUSTIFICAM A RENOVAÇÃO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Que roteiro! Se me entregassem caneta e papel há nove anos e pedissem para que fosse escrita uma história perfeita para aquele jogador, certamente eu não teria a ousadia de imaginar tudo o que ele passaria por aqui. O cara jogou do lado de lá e balançou nossas redes várias vezes. Veio direto para o Galo quando não tínhamos um bom time e ouviu, de quem o perdia, que o zagueiro, perto dos 32 anos, não iria longe na carreira.

Não conquistou título na primeira temporada, passou perto no Brasileiro do ano seguinte e viveu um pesadelo quando Patricio Polic deixou o Tijuana com um pé na semifinal da Libertadores. Logo na semana do aniversário! O peso por ter cometido aquele pênalti acompanharia o gigante de 34 anos enquanto estivesse em BH.

O pé esquerdo do Victor isolando o chute de Riascos, a cabeçada no canto de Martin Silva, a taça da Copa do Brasil erguida no Mineirão, sendo dono da braçadeira de capitão. Qualquer uma dessas cenas poderia ser um encerramento perfeito do filme Leonardo Fabiano da Silva e Silva na Cidade do Galo, mas a sensação é que essa saga está longe de ter um ponto final.

Aos 39 anos, sonha em erguer a nona taça desde a tuítada de Alexandre Kalil, em 5 de janeiro de 2011. Para os que acham que o tempo de Leo já passou, basta pegar os números da temporada. Tem a melhor média de rebatidas a cada 90 minutos (6,1) e o maior número de lançamentos certos, empatado com Cazares. O aproveitamento na temporada é sinistro! Com Leonardo Silva, o aproveitamento do time é de 69%, sem ele, cai para 40,9%. Pelo Brasileiro, essa diferença fica ainda maior; com Leo é de 72,7% e sem ele cai para 43,6%.

Tem um gol a cada 2,5 finalizações; é quem menos precisa finalizar para marcar. Das 7 derrotas no Brasileiro, esteve em campo em apenas uma, contra o Inter. Na 24ª rodada do Brasileiro, contra o Atlético Paraguaiense, o colecionador de marcas históricas marcou o vigésimo quarto gol pelo Galo em Brasileiro e se tornou o décimo maior artilheiro do clube na competição. Com 33 gols, é o zagueiro com mais gols na história do Atlético, 11 a mais que o segundo colocado. No Horto, desde a reinauguração em 2012, são 19 gols; apenas Judas Fred, Luan e Jô balançaram a rede mais vezes.

Todos podem errar, ele não. Quando acontecer, certamente ouvirá que já deveria ter aposentado. Mais motivos que os citados acima para justificar a renovação de Leonardo Silva, só se tivermos uma câmera no vestiário para assistirmos aos momentos de liderança desse ídolo, dono de roteiro de cinema na Cidade do Galo.

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