LEVIR CULPI CONTINUA UM CARA LEGAL

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Após ser campeão da Recopa, da Copa do Brasil, do Mineiro 2015 e um vice-campeonato no Brasileiro 2015, Levir Culpi entrou na sala de imprensa do Atlético, em 26 de novembro de 2015, exatamente um ano após a conquista da Copa do Brasil, para se despedir do clube. Uma das primeiras frases na coletiva foi que o ciclo em Minas estaria fechado, dificilmente voltaria para Belo Horizonte nos próximos anos. O treinador preferiu exaltar os dias bons na Cidade do Galo, as conquistas e grandes momentos enquanto esteve no clube. Levir chorou e fez um pedido, gostaria de ser lembrado como um cara legal.

Desde então, foram seis treinadores, além de pequenas participações especiais de Diogo Giacomini. Apenas um título, poucas peças valorizadas nas temporadas e eliminações inacreditáveis. Levir voltou e agora precisamos colocar em prática tudo o que aprendemos, não só desde a despedida, mas em todas as passagens do samurai paranaense.

Pode ser que vejamos nossos queridinhos, nossos intocáveis, no banco de reservas, como aconteceu com Ronaldinho e Tardelli. Ou entrega bons números ou não continua na equipe. Precisamos comprar a briga do treinador, entender que talvez ele esteja pensando no próximo passo. Quer um exemplo?

No retorno ao clube, em 2014, derrota para o Grêmio, no sul, eliminação diante do Atlético Nacional, no Horto. O que Levir fez na partida seguinte? Descansou toda a equipe e perdeu em casa para o Goiás. Você, eu, nós queríamos mata-lo nas primeiras semanas em BH. Na coletiva após a partida, Levir fez uma ótima análise daquele cenário.

“A gente precisa de resultado agora, a gente quer vencer o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Recopa… Eu acho que o certo é montar o elenco, colocar os objetivos e começar do ZERO. Na fase que nós estamos agora, eu posso dizer que é zero. O time não está jogando bem, não está com alegria, está correndo muito, mas não está jogando.” – comentou o treinador.

Assustador! Essa poderia ser a fala de Levir Culpi na reapresentação, em 2018.

Quando veio o anúncio do fim de concentração no CT antes das partidas, nós tivemos a certeza de que o cara estava gagá realmente.  O discurso de que ele estava errado ficou na gaveta e pronto para ser jogado na cara no final do ano, mas NÓS nos esquecemos dessas gavetas quando taças são erguidas.

Em 2015, a filosofia de elenco enxuto, poucos reforços, mas salário em dia, o que estaria dentro do que Sérgio Sette Câmara pensou para o Galo no início da atual temporada. Se o pensamento for o mesmo em 2019, que a gente sapateie, faça pirraça, bata o pé, morda a mão, mas entenda que está na hora de confiarmos em um trabalho a longo prazo e Levir é o cara certo para isso.

São vinte e quatro anos desde o início desse relacionamento. Como todo relacionamento, o desgaste veio com o tempo e eu acredito que esse é o motivo de sempre termos menos paciência quando o assunto é o burro com sorte. Não havia clima para continuarmos em 2015, mas como todo relacionamento com uma grande história por trás, não dá para desistirmos fácil assim. Levir é o cara para o momento. Ele continua um cara legal.

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