FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO
Certamente, você já viu nos filmes a cena em que um policial chega para o interrogatório de um suspeito e oferece cigarro, até ajuda a acendê-lo. Após perguntas básicas, chega outro policial disposto a apagar o cigarro na palma da mão do suspeito. Sem interrogatório e sem cigarro, essa deve ser uma cena comum na Cidade do Galo com a volta da dupla Levir e Matter.
Eu cheguei a pensar que o Levir disperso nas coletivas era um personagem excelente para se esquivar de alfinetadas nas coletivas. Depois ouvi de funcionários do Atlético e atletas do elenco de que aquele era realmente o treinador do dia a dia. O cara está a poucas horas de um jogo decisivo e para a preleção para perguntar ao atacante qual carro ele tem. Depois da resposta, esquece que ponto da palestra havia parado e libera os atletas.
O treino desta quinta-feira na Cidade do Galo mostra o perfil de Matter. Emerson já havia levado um puxão de orelhas e Bruninho parece ter sentido inveja do companheiro da lateral. No treino de quatro toques, o meia carregou a bola mais do que deveria. Levou bronca de Luiz matter – “Bruno, o treino é de quatro toques por sua causa, que quer pegar a bola e levar para casa” – esbravejou o assistente técnico.
Talvez Bruninho e Emerson ainda estejam de cabeça cheia, mas o perfil linha dura nesse início de carreira faz muito bem. Diego Tardelli falou sobre os momentos de raiva nos primeiros contatos com Levir em 2014 e o quanto cresceu depois que passou a absorver a mensagem que a dupla passava no dia a dia.
Pode ser que Levir abra mão da concentração em breve e não estranharia se Matter ficasse duas vezes mais chato nesse período. É o pai que compra a bola nova e a mãe que proíbe de jogar. Nesse elenco com tantas peças que jogariam em um campeonato sub-23, ganha quem souber aproveitar a experiência que a dupla carrega na bagagem. Seja com o policial bem ou com cigarro aceso na palma da mão, firma o corpo e aproveita para evoluir, turma.