LEVIR ERROU E, PARA PIORAR, ELE NÃO SABE DISSO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Eu errei. É isso, estou aqui assumindo o erro por defender a decisão de Levir Culpi ao escalar três volantes contra o Defensor acreditando que era fruto da vantagem de dois gols na casa do adversário em mata-mata. No último texto dessa coluna, cogitei que ele certamente testaria o formato novamente, inclusive com a participação de Jair, mas imaginei que aconteceria em um amistoso de luxo contra o América, não pela fase de grupos da Libertadores.

Seja no sofá da sua casa ou na arquibancada, você certamente já viveu a experiência de tentar entender a decisão do treinador ao escalar determinado jogador ou por insistir em esquema ineficiente em dia inoportuno. Hoje foi assim, do primeiro ao último minuto, tentamos entender o que Levir Culpi tentou fazer no Mineirão.

Apesar da entrevista coletiva acontecer logo após a derrota, quando o técnico ainda estava de cabeça quente, a impressão é que Levir gostou e encarou a derrota como obra do acaso, além de erros da arbitragem, o que é extremamente perigoso para o Atlético no decorrer da competição. Levir confundiu fechar o meio de pouca pegada com se acovardar dentro do próprio terreiro. Se o esforço tem sido enorme para blindar a equipe, a meta foi alcançada com sucesso graças à escalação, pobre futebol apresentado e as substituições, que conseguiram ultrapassar Patric e Fábio Santos na lista de atleticanos irados.

A cereja do bolo veio ao optar por Nathan, vigésimo quarto no ranking de minutos jogados na temporada 2019 e integrante da última lista de inscritos enviada à Conmebol. Se queria um tapa-buraco para a volância, então o erro aconteceu ao escolher as opções para o banco de reservas e incluir alguém que não agrega em nada, seja na posição de origem ou improvisado. Mesmo que não contasse com as cãibras de Jair, optar por alguém que não conseguiu se destacar uma vez sequer, em oito meses de clube, nem mesmo contra o Tombense, é para esquecer a quarta feira de cinzas e beber à vontade. Ou é na sexta-feira da paixão que não pode beber? Levir me deixou desnorteado.

Para os mais jovens, a atitude do treinador é surpreendente, para quem acompanhou o burro com sorte desde a primeira passagem pelo Galo, sabe que a teimosia é a principal característica do técnico. Maasssss, até para quem atribui 30% dos fios de cabelo branco ao histórico de Levir no Atlético, ficou surpreso na noite desta quarta-feira. Com os próximos duelos fora de casa, torcida e comandante terão um tempo para respirar até o próximo encontro. Como abasteceu a fogueira com gasolina, Culpi certamente encontraria ânimos exaltados, principalmente no Horto, onde as arquibancadas ficam no pé do ouvido.

O futebol tem um relógio à parte. Vinte e quatro horas podem se transformar em uma eternidade, seja para o bem ou para o mal. Se vivia a paz da classificação para a fase de grupos e liderança do Mineiro, uma semana depois já acendemos a luz amarela na Libertadores. A boa notícia é que o tempo também pode jogar a favor e trazer de volta a tranquilidade à Cidade do Galo com vitória fora de casa na competição continental. Para isso, basta amenizar os erros. A  grande dúvida é se Levir encara como erro.

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