
FOTO: DIVULGAÇÃO / LFF
Os desdobramentos da saída do Atlético da Liga Forte Futebol (LFF) para aderir à Libra segue movimentando os bastidores do futebol. Após anunciar a mudança de grupo, pegando de surpresa os clubes que hoje fazem parte da LFF, o grupo solicitou junto aos conselheiros do Galo uma reunião para apresentar os principais pontos da proposta e as diferenças entre os dois grupos.
A carta aberta direcionada aos conselheiros foi publicada na tarde desta quinta-feira (13) solicitando uma reunião junto ao Conselho Deliberativo do Atlético para que todos os pontos sejam devidamente esclarecidos. A ideia do grupo é mostrar que a proposta da LFF, tanto em valores, quanto na construção de uma liga unificada de clubes e na divisão das receitas, é superior a da Libra.
Para exemplificar a situação, a carta traz um comparativo do que aconteceria em um cenário como o de 2021, ano em que o clube se sagrou campeão do Campeonato Brasileiro, em termos de receitas e a diferença para o Flamengo, clube que mais arrecada no futebol brasileiro: “em um cenário de aumento de 50% no valor dos direitos de transmissão, e repetindo o desempenho em campo de 2021, a diferença de receitas do Galo em relação ao clube de maior receita seria de R$ 154 milhões na Libra, contra apenas R$ 15 milhões na LFF”
Embora a decisão de deixar a LFF e assinar com a Libra tenha sido tomada por membros do colegiado atleticano formada pelos “4Rs”, o movimento gerou desgaste interno entre os investidores e membros da diretoria alvinegra. Vale ressaltar que o presidente do clube, Sérgio Coelho, foi um dos maiores entusiastas e visto como um dos idealizadores do grupo Forte Futebol, que hoje conta com a maioria das equipes da Série A do Brasileirão. A própria LFF ressalta em sua carta que entende que “os interesses da instituição devem estar em primeiro lugar em nossa ótica”.
Vale ressaltar que no mês de março deste ano, o Atlético apresentou e votou junto ao seu conselho a adesão do clube na Liga Forte Futebol. O mesmo movimento não aconteceu após a saída e adesão oficial à Liga, o que foi apenas comunicado de forma oficial.
A divisão dos clubes atuais
LFF: Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Botafogo, Coritiba, Goiás, Sport, Ceará, Fortaleza, América-MG, Avaí, Chapecoense, Juventude, Atlético-GO, Criciúma, Cuiabá, CRB,Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA, Brusque e Operário
Libra: Atlético-MG, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
O Internacional aguarda votação do seu conselho deliberativo para decidir em qual das ligas o clube irá aderir.
Confira a carta aberta da Liga Forte Futebol ao conselho do Atlético na íntegra:
Prezados Membros do Conselho Deliberativo,
Fomos surpreendidos pela notícia da decisão do Clube Atlético Mineiro (CAM) de se afastar da Liga Forte Futebol (LFF) e aderir à Libra. Entendemos que tal escolha pode ter sido tomada sem que o Conselho Deliberativo tivesse oportunidade de avaliar profundamente as diferenças entre as propostas da LFF e da Libra.
Lembramos que apresentamos detalhadamente a proposta da LFF ao Conselho Deliberativo do CAM, obtendo a aprovação dos termos gerais em reunião realizada no dia 3/4/2023. A decisão de se filiar à Libra nos pegou no que nos parece, não foi amplamente debatida em reunião de conselho.
Por meio desta carta, solicitamos respeitosamente uma nova oportunidade para apresentar ao Conselho Deliberativo a proposta completa da LFF e também uma comparação com a proposta da Libra. Queremos evidenciar que nosso modelo traz vantagens significativas que beneficiarão o CAM em curto, médio e longo prazos. Estamos aqui falando de um modelo que irá impactar o clube pelos próximos 50 anos e que em nossa opinião necessita de amplo debate. Os interesses da instituição devem estar em primeiro lugar em nossa ótica.
A LFF se destaca por ser benéfica ao CAM em todos os quesitos objetivos: Um modelo equilibrado de divisão de receitas permitindo uma diminuição da disparidade entre o CAM e os clubes de maior receita, potencializando a competitividade do Atlético dentro de campo.
O CAM se beneficiaria de um aporte financeiro imediato de R$ 217 milhões de reais, por meio de um acordo firmado entre a LFF e nossos investidores. Este valor é significativamente maior que o aporte proposto pela LIBRA.
Adicionalmente, nossa proposta assegura ao CAM maiores receitas anuais, tanto em termos absolutos quanto em relação aos clubes de maior receita. Isso amplia a capacidade competitiva do clube, assegurando que o CAM possua os recursos necessários para competir com os maiores clubes do futebol brasileiro. Para ilustrar: em um cenário de aumento de 50% no valor dos direitos de transmissão, e repetindo o desempenho em campo de 2021, a diferença de receitas do Galo em relação ao clube de maior receita seria de R$ 154 milhões na Libra, contra apenas R$ 15 milhões na LFF. Estamos falando de uma redução da diferença em quase R$ 700 milhões em 5 anos.
Nos últimos seis meses, todos os clubes membros da LFF apresentaram e aprovaram as condições do nosso acordo em seus respectivos conselhos deliberativos. Em contrapartida, os clubes da Libra ainda não deram início a este debate.
Ressaltamos também que a LFF – que na média tem 12 clubes na Série A e detém 60% dos jogos e audiência da competição – tem um modelo de divisão de receitas sem privilégios a qualquer clube, promovendo um ambiente mais equilibrado e justo para todos.
Conscientes da natureza democrática do CAM, pedimos uma oportunidade para apresentar estes pontos ao Conselho Deliberativo. Acreditamos que o Conselho deve ter acesso a todas as informações para poder tomar uma decisão consciente e informada.
Agradecemos a sua atenção e nos colocamos à disposição para esclarecimentos adicionais. Aguardamos ansiosamente a oportunidade de discutir estes pontos com mais detalhes e reiteramos nosso compromisso com o sucesso do Clube Atlético Mineiro.
Atenciosamente,
Liga do Futebol Forte