LIÇÕES QUE PODEM GARANTIR MAIS UMA TAÇA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Com Horto lotado, eliminamos o Botafogo em mata-mata após vinte e cinco anos e não sofremos gol nos últimos quatro duelos contra o alvinegro carioca. Além de continuarmos vivos na luta pelo título continental, arrecadamos quinhentos mil dólares nas oitavas de final e mais seiscentos mil “trumps” pela classificação para a próxima fase. O esquecido Jair se tornou o xodó da torcida, nosso goleiro da base vem passando confiança para a arquibancada e vamos para o clássico de cabeça erguida. Esse é o copo meio cheio da semana.

A outra metade do copo pode contribuir para que a taça da Copa Sul-Americana venha para a Sede de Lourdes. Depende de como iremos analisa-la, copo meio vazio ou um espaço que podemos preencher se corrigirmos os erros dos últimos jogos? Não tenho a intenção de jogar o astral para baixo após essa brilhante classificação, trata-se apenas de uma análise do potencial que temos e do que temos entregado até o momento. Não citarei nomes e posições, pois acredito que se trata de uma “terapia coletiva”, já que são características que aparecem com frequência há algum tempo na Cidade do Galo.

Vamos de trás para frente. Não “sentar” no resultado é a primeira lição da semana, aliás, da temporada. Confiamos no grupo fácil da Libertadores, na vantagem dada pela liderança do Mineiro, arriscamos contra o desconhecido La Calera, acreditamos que a crise do Cruzeiro resolveria na Copa do Brasil e subestimamos o Botafogo diante da difícil missão de eliminar o Atlético no Horto.

Deixamos o Botafogo acreditar no jogo desde os primeiros segundos do primeiro tempo com direito a pressão e bola na trave, enquanto o Galo não testava a zaga improvisada do adversário. Colocamos em risco a classificação, mesmo sendo superiores, por repetirmos os mesmos erros de transição da defesa para o ataque e desatenção coletiva. Minha primeira frase quando o árbitro encerrou a primeira etapa foi “esse time não tem cara de campeão”. E não tem mesmo, mas hoje não era a final e podemos evoluir até lá!

Por quarenta e oito minutos, vi o mesmo time desatento que foi eliminado da primeira fase da Libertadores ou, usando exemplo mais recente, o mesmo comportamento que permitiu o empate do Fortaleza após dois gols de vantagem.

Não desperdiçar tantas chances de matar uma partida é a próxima lição para as quartas da Copa Sul-Americana. Não existe outro clube no mundo tão viciado em flertar com o perigo como o Galo. Foram pelo menos três oportunidade de balançar as redes de Gatito no Independência, noite para golearmos ou rodarmos a bola, poupando a equipe principal para o clássico do final de semana. Ao enfrentarmos uma equipe mais qualificada no mata-mata, talvez não tenhamos tantas chances claras de definir o confronto como aconteceu hoje. Com um a mais no Engenhão, também poderíamos definir a classificação com antecedência. Reclamando de barriga cheia? Talvez! É sempre bom criar uma gordurinha quando a fome de título é grande.

Talvez não fosse o melhor momento para essa autocrítica, talvez fosse melhor esperar a quinta ou sexta-feira antes de clicar em ‘publicar’, mas, como atleticano, tenho pressa em ver nossa casa organizada para receber mais uma taça internacional. Aprender e evoluir, Galo. O único mineiro com chance de título internacional em 2019.

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