MADE IN KALIL E NEPOMUCENO

Compartilhe

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Cleiton, Patric, Réver, Igor Rabello, Fábio Santos, Jair, Elias, Cazares, Luan, Marquinhos (Otero) e Di Santo. Essa foi a escalação do Galo nos últimos meses da temporada 2019. Dos onze titulares, apenas quatro foram contratados por Sérgio Sette Câmara. A média é boa? Gosto sempre de usar as palavras do próprio presidente para avaliar as decisões e o trabalho nesses dois anos à frente do Atlético. Em entrevista à rádio 98FM em dezembro de 2018, ao falar sobre o elenco deixado por Daniel Nepomuceno, Sérgio reclamou por não ter uma base para ter começado o projeto. Chegou a citar o Cruzeiro na final da Copa do Brasil 2018 pelo fato do rival ter escalado dez titulares contratados na gestão anterior, enquanto ele começaria praticamente da estaca zero.

Passados dois anos desde a vitória na eleição, qual base de time vem sendo montada para os próximos anos? Ou para o próximo presidente, caso Sette não tente a reeleição. Dos quatro titulares, os dois zagueiros disputaram posição com Maidana, que ainda não emplacou, e Leo Silva, próximo de pendurar as chuteiras aos quarenta anos. Di Santo fechou 2019 com nota abaixo da média e só se manteve entre os onze, pois o concorrente foi Ricardo Oliveira, autor de um gol nos últimos oito meses. Dois anos depois, a quantidade de titulares contratados por Sérgio poderia ser ainda menor, não fosse o péssimo banco de reservas à disposição dos treinadores. Dos jogadores apresentadores por Gallo, Marques ou Rui, temos Maicon, Terans, Vinícius, Chará, Nathan e Ricardo Oliveira como candidatos a engrossar a lista de titulares. Qual deles conseguiria a vaga?

Além de não deixar uma coluna vertebral entre os titulares, temos um banco inteiro a ser montado. Vale repetir sempre que não é reclamação de um blogueiro corneta. Essa era a indignação do próprio dirigente ao avaliar outros presidentes. Na despedida de Nepomuceno, vitória sobre o Grêmio com sete titulares contratados pelo presidente. Na última ocasião em que utilizamos a equipe principal na era Kalil, contra o Coxa, no Horto, oito titulares apresentados pelo narigudo mal-humorado. Os antecessores usaram o que haviam buscado no mercado. A mão de obra encontrada por Sette tem sido útil para completar banco de reservas.

Dia desses, escrevi nesta coluna sobre times tapa-buracos que temos montado. Luan foi o 43º nome a deixar o Atlético, desde a posse de Sérgio, e, dos trinta contratados pelo atual presidente, quinze já deixaram a instituição (clique aqui para ler o texto).

Tenho a convicção de que Sette Câmara criticaria com veemência se encontrasse o atual cenário no departamento de futebol quando assumiu o clube. O Sérgio candidato a presidente diria que estamos na estaca zero em dezembro de 2019. O presidente acha que é exagero e perseguição de internauta.

Compartilhe