MARQUES É PROVISÓRIO? THIAGO LARGHI TAMBÉM ERA – O MOMENTO PEDE EXPERIÊNCIA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Lembra quando o Atlético demitiu Levir Culpi e ficamos esperando o anúncio de Muricy Ramalho a qualquer momento? Estamos esperando até hoje. Veio Diego Aguirre, que também caiu, e depois disso sempre torcemos por uma demissão de treinador com a certeza de que Cuca voltaria. Sim, no fundo, mesmo que no final do trabalho, muitos torceram para uma queda rápida que antecipasse a volta do Alexi Stival, o Cuca. Todo cuidado é pouco nessa nossa pressa em saber quem ocupará o cargo de diretor de futebol. “Se não for um diretor bom, prefiro não colocar ninguém” – já dizia Alexandre Kalil.

Demitir Alexandre Gallo foi uma decisão correta, tomada com muito atraso, e que traz também a preocupação em toda a torcida pela incerteza do substituto para 2019. É que o anjinho do ombro direito nos consola dizendo que agora teremos finalmente um grande nome no cargo e o capeta do lado esquerdo nos lembra das decisões tomadas pela diretoria do Atlético nos últimos anos. Uma característica comum no Atleticano de um modo geral é deixar a emoção influenciar nos pedidos da torcida. Sempre queremos de volta quem nos deu alegrias. Ainda recebo mensagens pedindo a volta de Donizete, Ronaldinho, Bernard, Dátolo e aproximadamente 15.954 mensagens por dia pedindo a volta de Diego Tardelli. Esse cordão umbilical que nos prende ao passado se estende além dos gramados.

Fora das quatro linhas, Belleti é um nome que eu imagino que sofra essa influência. Os elogios à torcida e a cena da tristeza no túnel após a final do Brasileiro de 99 deixam a sensação de que a história não acabou. No Coritiba, como diretor executivo internacional, Belleti não deixou saudades. A missão era iniciar e ampliar os contatos do Coxa com times estrangeiros e do Brasil, e também agir como consultor. Pediu demissão antes de completar um ano no cargo.

Gilberto Silva exerceu o cargo de diretor de futebol no Panathinaikos e também deixou o cargo antes de completar um ano, alegando discordâncias administrativas com dirigentes. Seria um bom primeiro passo para que Giba se candidatasse ao cargo deixado por Alexandre Gallo, mas a batalha jurídica entre o campeão da Libertadores e o Atlético praticamente zeram as chances de um acerto entre as partes. Se Levir e o clube deixaram desentendimentos do passado para trás, o processo de Gilberto é uma pedra muito maior e mais pesada nesse caminho.

Outro ex-funcionário que teve o nome especulado na Cidade do Galo é Paulo Autuori. Curiosamente, em 2014, Autuori foi substituído por Levir Culpi, atual treinador da equipe. A caminhada de Autuori nos bastidores do futebol começou no Atl. Paranaense e foi marcada por despedidas que duravam poucas horas. Começou como técnico, saiu, se tornou gestor do departamento de futebol, pediu demissão, voltou atrás após dez dias e reassumiu o posto no clube. A ida para o Fluminense não teve a mesma emoção do time paranaense. Foram cinco meses como diretor de futebol, ciclo encerrado precocemente por desentendimentos externos. Autuori ainda comandou, como técnico, o búlgaro Ludogorets, por quatro meses. Com currículo de peso como treinador, Autuori é respeitado no mundo do futebol e elogiado por atletas que conviveram com ele no dia a dia. Conhece muito sobre futebol e seria meu nome, mas é aguardado na Colômbia para assumir o Atl. Nacional.

Marco Aurélio Cunha, nome que ganhou força na internet, principalmente entre blogueiros atleticanos, tem currículo e vontade de assumir o posto. Em entrevista ao Camisa Doze, disse que não negaria o convite, caso a cadeira estivesse vaga, mas quando se tem apelo popular, chefes costumam ir na direção contrária para mostrar quem manda. Não faltam taças e experiência a Marco Aurélio, que já trabalhou em diversos times do país. Após tantas apostas no cargo de diretor de futebol do Atlético, Sette Câmara entregaria o futebol para quem conhece do riscado, caso optasse por Marco Aurélio.

Executivo de futebol do Sport, Klauss Câmara, fica feliz por ser citado como candidato à vaga e relembra encontro com Sérgio Sette Câmara, em Belo Horizonte. “É uma grande honra poder ter ao menos o nome cogitado em um clube como o Atlético, é reflexo do reconhecimento do trabalho realizado, mas a verdade é que não recebi nenhum contato de ninguém do clube. Em relação ao encontro com o presidente Sette Câmara, realmente é verdade. Tivemos um encontro super rápido e ele se comportou de forma super educada e cordial comigo, por isso acredito que ele tenha se referido a outro sentido naquele episódio, não tenho mágoa alguma.” – citou Klauss. O episódio em questão aconteceu em outubro de 2017, quando Sette Câmara disse que o diretor não seria Klauss, pois queria um perfil mais experiente.

A lista pode se estender, porém outros nomes já não tem a mesma força. Muricy viu que a poltrona da TV é muito mais confortável que os bastidores do futebol, Luxemburgo é um erro que não pode ser cometido novamente, Paulo Pelaipe assumiu o Vasco em janeiro e o Coxa em agosto, Leonardo retornou ao Milan.

Sabe qual é a outra possibilidade? Marques! Ele é provisório? Thiago Larghi também era! Caso continue no cargo, seguiríamos a linha que começou com André Figueiredo e que não deu certo. Deixa o calango consertando a base com um trabalho a longo prazo. Chegou a vez da experiência!

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