MASSACRE EM CAMPO E PROTESTOS NA ARQUIBANCADA

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FOGO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Os primeiros minutos de bola rolando deram a impressão de que o atleticano teria um reencontro com o bom futebol do time alvinegro. Já nos primeiros segundos, Marquinhos fez boa jogada, mas Hulk errou o cruzamento para Di Santo abrir o placar. Pratas da casa, Marquinhos e Hulk foram as novidades da escalação na despedida do técnico Rodrigo Santana. O meia conseguiu armar boas jogadas e não demonstrou nervosismo em triangulações pelos lados do campo. Já o lateral Hulk errou cruzamentos quando foi até a linha de fundo, perdeu bolas que geraram contra-ataques para o Grêmio e a atuação ruim deixou o diretor de futebol em situação constrangedora ao ser questionado sobre o caro Lucas Hernández ser a terceira opção da posição no elenco.

O duelo estava equilibrado até Wilson falhar e contribuir para o gol tricolor. Com a vantagem no placar, o Grêmio colocou em prática toda sua facilidade em tocar e trabalhar a bola, deixando o Atlético atordoado em campo. Elias e Cazares pareciam estar em outra galáxia e já eram vaiados antes mesmo de Luan cometer o pênalti que gerou o segundo gol dos gaúchos.

Protestos se espalharam pela arquibancada tendo atletas, treinador, Rui Costa e Sette Câmara como alvos. Nem mesmo o pênalti convertido por Di Santo amenizou os gritos contra a cabine onde o presidente do clube costuma ficar em jogos realizados no Independência. Castellar, eleito presidente do Conselho Deliberativo na última semana, deixou o espaço durante o intervalo. Minutos depois, o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, também saiu da cabine rumo ao vestiário.

Quando o grupo de torcedores que protestava foi até a parte de trás do banco de reservas, os cânticos na arquibancada passaram a citar o nome de Cuca, além de pedir a volta de Rodrigo Santana para a URT. Em seguida, quando os suplentes foram para o aquecimento, Ricardo Oliveira se tornou o principal alvo dos torcedores. O atacante precisou ser contido por companheiros de grupo enquanto discutia com os atleticanos.

Ao apurar o que aconteceu, me deparei com duas versões que descrevem as cenas de maneiras distintas. Torcedores que protestavam afirmaram que Oliveira teria ficado insatisfeito com as cobranças e se exaltado com o grupo, enquanto uma pessoa que trabalhava no gramado afirma que uma cusparada acertou o rosto de Ricardo, que se dirigiu até a arquibancada dizendo que aceitava o protesto, mas que eles não tinham o direito de fazer isso com o atleta. Vina saiu em defesa de Ricardo e bateu boca com torcedores, enquanto Leonardo Silva tentava afastar os jogadores pedindo foco no aquecimento.

Torcidas organizadas removeram as faixas do estádio, com exceção da GDR, Esquadrão Atleticano e Movimento 105 Minutos. As torcidas GDR e Esquadrão Atleticano estiveram à frente dos protestos em forma de velórios na Sede de Lourdes. No portão 2, os Embaixadores do Galo tomavam frente nos protestos.

Muitos atleticanos sequer viram o último gol dos gaúchos, pois já estavam do lado de fora do Independência. Rodrigo Santana também não demorou a deixar o estádio e, pela velocidade do texto de despedida publicado no Instagram, a demissão era prevista até pelo treinador.

Contra o CSA, em Alagoas, o Atlético terá Lucas Gonçalves de forma interina. Nossa roda-gigante, que nos leva sempre para o mesmo lugar, coloca novamente um analista de desempenho no comando da equipe. Em Belo Horizonte, Sette Câmara e Rui Costa tentam traçar um caminho para o Atlético. O problema é que eles não sabem onde querem chegar.

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