Mecenas confirma que tendência do Atlético é virar SAF, mas descarta compra do clube

Compartilhe

FOTO: REPRODUÇÃO / ATLÉTICO

Desde março de 2020, com a entrada do grupo dos “4Rs” no Atlético, o clube tem vivido um processo de reformulação dentro e fora de campo. No campo, os resultados já estão surgindo, com o time brigando pelo título em todas as competições que disputou esse ano e, podendo ainda, fechar o ano com três títulos. Fora de campo, o clube passa por uma grande mudança, se profissionalizando cada vez mais e caminhando a passos largos para, num futuro bem próximo, se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

A SAF é um tipo societário criado pela Lei n.º 14.193, de 6 de agosto de 2021, que permite ao clube constituir uma empresa para operar o futebol, com regime tributário simplificado e normas de governança que asseguram a gestão profissional e transparente, ou seja, com benefícios fiscais, parcelamento de débitos com expressiva redução de multa e juros e completa isenção de encargos legais, possibilidade de recuperação judicial, e um regime especial de administração e pagamento de débitos trabalhistas. O clube se transforma numa empresa dentro das normas estabelecidas.

Em entrevista ao programa Galocast, no Youtube, Ricardo Guimarães, um dos mecenas do Atlético, falou sobre a possibilidade do clube virar uma SAF, e esclareceu, que antes de mais nada, é importante que o clube seja dirigido como uma empresa.

Primeiro é o seguinte, o clube, independente dele virar SAF ou não, é muito importante que ele seja empresarial, que ele seja dirigido como uma empresa, mesmo não sendo. É o que nós estamos fazendo hoje no Atlético. Mesmo não sendo uma SAF, nós administramos empresarialmente. A segunda questão, a SAF, ela não é um bilhete de loteria premiado que você acha. Você montou a SAF, aí vai chover de dinheiro, vai aparecer um investidor, vai colocar bilhões, centenas de milhões aqui. Não é por aí. Tanto que, tem muitas SAFs, em outros países do mundo, que estão em terceira divisão, segunda divisão. Você compra SAFs em centros avançados, e até em países europeus, por três milhões de Euros. SAF vale o que pesa. Vale a sua receita, vale o que você entrega, vale o que você gera de retorno para quem vai investir. SAF não é um torcedor do clube quem compra, é um investidor. Ele vai olhar aquilo ali como se fosse um negócio.

Ricardo admitiu que a tendência é que o Atlético vire uma SAF, mas garantiu que nenhum dos 4Rs tem interesse de comprar o clube.

A tendência do Atlético, não sei se a médio ou curto prazo, é virar SAF sim. Já que estamos transformando e dirigindo o clube como uma empresa. SAF ainda tem alguns benefícios tributários, fiscais. Então é uma tendência sim, mas tem que ser um negócio pé no chão, e não achando que vai encontrar um bilhete de loteria no chão. A gente está fazendo esse processo de enxugamento do clube, de profissionalização do clube. É bom a gente participar, a gente fazer o processo, fazer essa transparência. Nós sermos compradores total não, podemos até participar de um grupo que possa administrar o clube, mas não temos interesse em sermos os compradores, é melhor achar um investidor.

O mecenas ressalta que todo trabalhado que vem sendo feito no clube, visa além da profissionalização, a valorização, para que o Atlético tenha um valor representativo, numa provável negociação no futuro.

Nós pretendemos preparar o Atlético para ele ter um valor bem representativo. tem que ter um investimento de peso. E as empresas brasileiras, por enquanto, ainda não se acostumaram a investir o montante que  a gente espera que o Atlético possa valorizar. Estamos arrumando o Atlético para fazer um negócio bem representativo, acima de um bilhão, ou de bilhões de reais. Portanto, eu acho que tem que buscar um investidor que está mais afeito a esse investimento. Seria um europeu, um grupo árabe, um grupo chinês, um grupo russo. Não temos negociação com ninguém, até porque nós não demos oportunidade. Se for fazer negócio, nós só vamos fazer se for um grande negócio. O Atlético não está passando o chapéu, procurando dinheiro. Não está ainda do jeito que a gente quer, o Atlético totalmente equilibrado, mas estamos nos virando bem. Quanto mais a gente colocar a casa em ordem, melhor para podermos negociar. Se aparecer alguém, que nos procure, que acredite no projeto, e vê esse Atlético super valorizado no futuro, e quiser comprar agora, nós estamos abertos para conversar.

Compartilhe