Menin fala sobre Diamond, Arena MRV e completa sobre dívida: “O Atlético tinha escondido debaixo do tapete”

Compartilhe

FOTO: FLICKR / ATLÉTICO

Na noite da última quarta-feira (21), Rubens Menin, principal componente do grupo de investidores que vem trabalhado no Atlético nos últimos anos, conhecido como 4R’s, participou de uma live no canal do YouTube do portal Fala Galo. Entrevistado por Betinho Marques e Silas Gouveia, o empresário falou sobre diversos temas e ainda respondeu algumas perguntas de torcedores.

Co-fundador e CEO da construtora MRV, Menin tem participado mais ativamente do dia a dia do clube desde 2020, quando os investimentos no Galo foram alavancados, além da administração alvinegra ter sido completamente alterada.

Foto: Pedro Souza / Atlético

O primeiro tópico levantado na entrevista foi sobre a Arena MRV. Orçada inicialmente em pouco mais de R$430 milhões, o torcedor viu os valores da sua nova casa alavancarem de forma assustadora.

Sobre o assunto, Menin explicou:

O juros que era 2% passou para quase 14%, a SELIC no caso. No caso do Atlético foi muito ruim. Se você pega a dívida do clube, que é uma dívida bancária, aumenta a despesa financeira. No caso da Arena, os custos de materiais subiram. A obra tinha um preço fixo mas que era reajustado pelo índice do setor, que subiu muito. Isso fez com que aumentasse muito o valor (total do estádio).

E ainda completou…

O orçamento inicial era de R$500 milhões. O terreno era de R$50 (e poucos) milhões e o restante da obra R$450 milhões. Como todos sabem, o terreno foi doado. Houveram 3 aumentos de preços na obra que foram importantes. Primeiro as famosas contrapartidas, que hoje está em R$250 milhões, mais ou menos. Segundo, nos achamos conveniente melhorar o estádio tecnologicamente, dar um upgrade na Arena. Ela será toda informatizada, nível dos estádios do Catar na Copa do Mundo. Algo que não tem em nenhum estádio do Brasil, mas eu acho importante, pois ali será um centro de lazer. O terceiro ponto foi realmente a inflação do período. O aço, por exemplo, triplicou de preço, o concreto também.

Foto: Bruno Sousa / Atlético

Rubens Menin também foi questionado sobre a demora para o dinheiro da venda do Diamond Mall cair nas contas do clube…

A venda do shopping passa até pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Então a gente tem a impressão que o dinheiro irá cair no início do ano que vem, por conta de toda burocracia.

Questionado se essa demora faz com que o Atlético “perca” dinheiro, Menin falou:

Perde porquê quanto mais cedo o dinheiro entra, mais cedo você quita as dívidas e deixa de pagar juros. Então esse atraso traz uma perda financeira sim. Tínhamos uma expectativa, de nesse ano de 2022, o dinheiro entrasse. A expectativa agora é que o dinheiro entre nos primeiros meses de 2023. Estamos lutando por isso. E esse valor não tem correção, é um valor fixo!

Sobre o aumento substancial da dívida atleticana, apontado nos balanços de 2020 e 2021, Menin respondeu:

Alguns pontos precisam ser olhados. Darei 3 exemplos… O primeiro é o plantel do Atlético. O clube tinha um plantel que não valia nada, ou muito pouco. Hoje é um plantel que vale dinheiro. Se você pegar o atual elenco tem jogadores que valem um bom dinheiro. Então a gente estima que esse atual plantel vale R$800 milhões. O segundo ponto, é o seguinte: o endividamento que tinha, darei o exemplo de 2011: Naquele ano o endividamento era de R$211 milhões. Só se você corrigir esse valor, de 2011 pra cá, com os juros e taxas, já ultrapassa R$1 bilhão. Depois tiveram várias coisas que tiveram que ser pagas, como as dívidas na FIFA, os acordos trabalhistas, que foram muita coisa, muito dinheiro… Dívidas tributárias também. Então, na realidade, o Atlético tinha escondido debaixo do tapete, mais de R$400 milhões em dívidas. Então, a dívida era muito maior do que o que parecia ser. Por isso sempre falei, foi importante fazer todas aquelas auditorias para a gente tentar entender tudo o que se tinha. E mesmo depois daquilo, apareceu uma série de coisas. Agora não, agora eu tenho certeza que o valor que está lá está consolidado e nós estamos trabalhando para liquidar. Mas era uma bagunça!

Compartilhe