FOTO: JOÃO VIEGAS / ATLÉTICO
Na noite da última terça-feira (22), o empresário, membro do órgão colegiado que comanda o futebol do clube e principal acionista da SAF aprovada pelo Conselho do Atlético, Rubens Menin, foi entrevistado pelo jornalista Breno Galante, em seu canal do YouTube.
Em um bate papo de pouco mais de uma hora, Menin respondeu sobre SAF, mostrou descontentamento com a campanha atleticana em 2023, dívidas do clube, compra de novos jogadores e muito mais.
Confira os temas abordados e suas respectivas respostas:
Temporada decepcionante:
Ninguém está gostando, nem nós, nem os torcedores! Está muito abaixo da expectativa que a gente tinha, do trabalho que vinha sendo feito! Os jogadores não estão gostando, a comissão técnica não está gostando, a diretoria não está gostando. Perdemos a Copa do Brasil de uma forma boba, perdendo gols aqui (Mineirão) e chegamos lá (Neo Química Arena) meio que de “salto alto” e o Corinthians atropelou. Na Libertadores pegamos o Palmeiras pela terceira vez (consecutiva) e eu pensei: ‘poxa, agora é nossa vez’. Aí perdemos aqui no Mineirão e em São Paulo não deu certo, perdemos um golzinho no final ainda. Infelizmente acontece, futebol faz parte.
Compra de jogadores no meio do ano com a chegada da SAF:
A SAF não saiu ainda! Calma lá! A SAF foi aprovada pelo Conselho e a gente espera que ela saia nos próximos 60 dias. Nós ainda estamos com o Atlético em uma situação difícil, ainda estamos “debaixo d’água”. Assim que a SAF saia, em um prazo de 45 a 60 dias, a gente começa a respirar.
Atrasos de salários e premiações?
Estão em dia! O Atlético às vezes passa por alguns probleminhas porquê as receitas não chegam nos mesmos dias que as despesas. É um problema pontual! Este ano temos cumprido todo os nossos compromissos até agora e faremos isso até o final do ano.
Planejamento para 2024 e Felipão:
Vamos ser francos, não sou eu que resolvo nada! Futebol não é minha praia. O que eu falei é: ‘eu gosto muito do Felipão’. Se a comissão técnica achar que é ele, é ele. Se não achar, não é! Mas eu sou sempre à favor da continuidade. Acho que um erro que o futebol brasileiro tem é esse, na Europa o técnico fica 5, 6 anos. Aqui no Brasil fica mudando, a cada derrota pede para mudar. Trocar de treinador 4 vezes no ano não é legal, não tem trabalho que seja feito desta forma. Eu não participo desta decisão, mas sempre achei que a continuidades é o melhor para o futebol. Só se for algo muito sério que não possa ser resolvido.
Estar no nível de Flamengo e Palmeiras:
Este ano nós não estamos no mesmo nível de Flamengo e Palmeiras não! A gente quer que no ano que vem voltemos a estar. Mas é como já falei, o futebol é muito competitivo. Quem esperava o Botafogo estar com apenas duas derrotas no campeonato? Terminar o primeiro turno com apenas duas derrotas? Ninguém esperava. O futebol tem esse negócio, as vezes encaixa! O Botafogo mudou de treinador no meio da temporada. O novo técnico veio e continuou acertando. Nós queremos que o Atlético seja sempre uma potência. Mas se você pegar o Flamengo há 2 anos, foi uma vergonha também pelo tamanho do investimento. Por isso o futebol é bom, ele não é matemático.
Investimento alto em Pedrinho e Vargas:
Quando fomos campeões em 2021, o Vargas estava em uma fase excelente. Hoje eu reconheço que a fase não é muito boa! O Pedrinho, coitado, deu muito azar. Ele é muito bom de bola. Isso acontece, as vezes o cara não consegue entregar aquilo que se espera. Futebol é assim, pode não funcionar. Um jogador que vai muito bem em um time, pode não jogar tão bem em outro.
Valor da SAF:
O “valuation” nunca caiu, ele sempre foi esse. Está tendo uma certa confusão nisso, nunca foi falado em 3 bilhões de “valuation”. Esse “valuation” foi feito com muito carinho e muito estudo, quem fez foram duas empresas com muita tradição, a EY e o Banco BTG.
Dívida:
Quem tem a dívida hoje é a SAF, não é mais o Atlético (associação). Os CRI’s da Arena foram para a SAF e acabou. É a SAF que está devendo isso daí! No “Business Plan” estava falando, inclusive, que a SAF iria absorver isso. O Atlético, enquanto associação, ficou livre de todas as dívidas. O Clube Atlético Mineiro ficou livre e aquilo poderia ficar insolvente. A SAF quando absorve (a dívida), é uma empresa que absorve, que têm sócios que absorvem. Se não pagar, eles entram com os CPF deles. Essa é a diferença. Os credores sabem que se não for pago, os sócios da SAF estão com os nomes deles em jogo.