NÃO DEIXE A CRISE AZUL TIRAR NOSSO FOCO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Bom mesmo é falar do Galo! Seja entre amigos, família, na igreja ou no barbeiro, puxar a cadeira de um bar e debater sobre qualquer assunto relacionado ao glorioso Clube Atlético Mineiro é bom demais. Sendo assim, peço desculpas aos irmãos alvinegros por citar o outro clube de Belo Horizonte por diversas vezes na crônica de hoje, mas o duelo pela Copa do Brasil pede que o momento do freguês seja analisado, assim como abordei o confronto contra o Botafogo na semana passada.

Prenda a respiração para os próximos parágrafos, leia atentamente e entenda a necessidade do debate sobre esse cenário. Jamais ousaria comparar o peso de um Botafogo, pela Sul-Americana, com o grande desafio de um River Plate, pela Libertadores da América. Seria ótimo para a zoeira, mas péssimo para a continuidade do texto. Existe a revanche entre os alvinegros por eliminações no passado e o atleticano quer a taça inédita, mas encontrar os argentinos no principal torneio sul-americano gera um sentimento diferente em qualquer torcedor brasileiro.

Esse peso de uma decisão na Libertadores da América interfere na Copa do Brasil? Sim! Foco é tudo no futebol e dividir a atenção entre diferentes competições na fase de mata-mata pode te deixar de mãos abanando em todas elas. Além de ter que dividir a atenção entre Galo e River, o adversário da Copa do Brasil enfrenta a maior crise da história nos bastidores. Denúncias gravíssimas, pedido de afastamento da diretoria e vários protestos da torcida planejados para os próximos dias sugam a energia de um departamento de futebol inteiro e o foco vai para as cucuias.

Multa do Fred? Coitado do cara, é provável que vejamos o atacante abandonado na defesa do caso, já que o departamento jurídico do clube tem outras prioridades no momento. É cada um por si quando o barco está afundando. Aí vem o Z4 do Brasileiro, a dúvida se a melhor decisão é alternar titulares e reservas na primeira semana, técnico balançando e pronto, o inferno está construído do lado de lá.

Agora sim, vamos ao que interessa. Falei muito sobre o clube que enfrentaremos na Copa do Brasil para destacar a importância de não perdermos o foco no Atlético. Nunca foi necessária tanta cautela do lado alvinegro como agora. O universo do futebol dá ao Galo a oportunidade de mostrar que aprendeu com o passado, quando teve a chance de deixar o lado azul perto da extinção e não aproveitou por se contaminar pela empolgação antecipada vinda das arquibancadas. Em dezembro de 2011, afrouxamos a fivela do cinto quando nos livramos do rebaixamento e focamos em churrasco e nas férias da semana seguinte. Aquele time horroroso que enfrentaríamos seria presa fácil no final de semana. Estavam focados, nós não.

Quem tem todos os motivos para dividir o foco dessa vez é o outro lado e, independente da forma como os atleticanos brinquem com a situação nesses dias, é fundamental blindar o elenco desse clima de que a crise do lado de lá pode deixar a decisão mais fácil. Não deixará! Confio na entrega total de todo o nosso departamento de futebol, comissão técnica e atletas, nos treinos e na concentração, que seja clima de final ao estudar o adversário.

Outro fator que pode decidir o clássico é o equilíbrio entre usar provocações dos atletas azuis para se motivar e a tranquilidade de não cair na provocação para forçar a expulsão de peças do nosso time, fórmula tão repetida por Mano Menezes. Nós, torcedores, torcemos pela entrega em campo, com nossa tradicional raça, mas terminando com os onze em campo, sem contribuir com possíveis interferências externas, como vimos na final do estadual.

Não enfrentaremos o time que está no Z4 do Brasileiro, que nos deve milhões, despejado pela Minas Arena e investigado de ponta a ponta pela polícia. Todos esses fatores, inclusive a freguesia de décadas, comprovada por números, ficarão do lado de fora do campo quando a bola rolar. Aquele sapeca na Copa do Brasil 2014 também deve ser esquecido até que o árbitro encerre a segunda partida, no Horto.

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