FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

Após uma derrota, uma eliminação ou uma desilusão, é normal do ser humano buscar culpados, apontar erros e acabar esquecendo de todo o contexto.

Na última terça-feira (29), o Atlético acabou caindo, invicto, na Copa Libertadores da América para o Palmeiras em pleno Mineirão. No minuto seguinte ao apito do árbitro Wilmar Roldán, alguns dedos começaram a serem apontados. “O Atlético pipocou na decisão”, “o time investe R$200 milhões em contratação para o treinador acabar colocando Réver de centroavante”, “o Abel Ferreira deu um nó tático no Cuca”, “esse time de 2021 é um cavalo paraguaio” …

Sim! Todas estas baboseiras foram faladas por alguém, então, não se assuste. Mas estamos aqui, para debater todas estas injustiças do futebol!

“Pipocou?”

A expressão “pipocar” para este grupo atleticano, chega a ser ultrajante! O Galo foi sim eliminado da Libertadores, em casa, tendo um grande time. Mas saiu para o atual campeão da competição, atual campeão da Copa do Brasil. Time que tem investimento gigantesco nos últimos anos.

Como o Atlético pode ter pipocado na Libertadores, nesta Libertadores de 2021, após ter eliminado Boca Junior e River Plate, dois dos mais tradicionais clubes do continente? O Boca com toda aquela dramaticidade, briga e imposição. O River com um show poucas vezes vistas nas últimas temporadas.

“Alto investimento e Réver de centroavante”

O Réver foi a campo para ser centroavante! Esta é uma afirmação verdadeira? Sim! Ela sendo dita e escrita desta forma, beira o absurdo? Sim! E o contexto, foi explicado? Não!

O zagueiro de 1,92m, entrou aos 44 minutos do segundo tempo. Aquele momento da partida em que não existe mais tática, dribles, funções … Existe o coração e a pressão! O Galo estava pressionando como dava, Cuca já havia colocado em campo todos os atacantes que tinha no banco de reservas. O treinador tinha seu centroavante à disposição? Não! Diego Costa está lesionado.

Se a bola estava sendo alçada na área e o jogo pedia um bom cabeceador, qual o espanto na utilização do zagueiro? Cuca deveria ficar de braços cruzado? Pecar pela omissão? O que mais espanta é a memória curta de alguns, que vibraram e comemoram o gol de Leonardo Silva em 2013, já nos minutos finais do jogo, ficar agora reclamando.

“Abel Ferreira e o nó tático”

Foto: Pedro Souza / Atlético

Que no Brasil o resultado conta muito para qualquer tipo de análise, isso já não é surpresa. Somos sim um país onde o fim, justifica o meio!

O que não se pode, é ser mentiroso. Se você ainda está nessa de “o Abel acabou com o Cuca”, relembre os 180 minutos. Mas se você não lembra, de uma forma bem didática, eu irei te ajudar!

A primeira regra do futebol, foi o gol. Para ganhar, vencer, você precisa fazer o gol! Se defender e jogar no contra-ataque é uma opção? Sim! Mas este Palmeiras jogar desta maneira, não é nenhuma surpresa! E mais, o Atlético teve ao menos 5 oportunidades claras para marcar. Mas não fez! O treinador da equipe paulista armou sua equipe para não dar chances de gol para o Galo. Se os jogadores não fazem, é culpa do Cuca? É mérito do Abel? Não!

Mas o Palmeiras veio pra jogar por uma bola, apostando em um contra-ataque rápido… Nem nos melhores sonhos do treinador português, ele previu um erro individual do melhor zagueiro atleticano na temporada. Uma infelicidade que acontece no futebol. Infelizmente, foi em um mata-mata, que ainda possui a regra do gol qualificado.

Se você é resultadista e gosta do trabalho do Abel Ferreira, tudo bem. Só não se esqueça da primeira regra do futebol, do que é preciso para ganhar uma partida. O jogo, o esporte o futebol, é mais simples do que tantas palavras bonitas que alguns gostam de falar.

“2021 e cavalo paraguaio”

Ser chamado de “cavalo paraguaio”, por ser eliminado nas semifinais da Copa Libertadores, sendo o primeiro colocado no Campeonato Brasileiro (com 8 pontos de vantagem para este mesmo Palmeiras) e estando entre os 4 melhores da Copa do Brasil… Que espécie de cavalo é este?

O Galo não foi eliminado por qualquer time. Foi eliminado pelo atual campeão da “Liberta”. Elenco montado a mais tempo. Treinador que está a frente da equipe a mais tempo. Folha salarial parecida, para não dizer mais cara… Acordem! Infelizmente, perder faz parte do jogo. Não é sempre que se ganha, e este Atlético nem perdeu, ele empatou. Empate bem indigesto, é verdade!

A temporada é longa, muita coisa ainda está por vir. Não seja injusto, pense, repense, veja em ângulo maior. O trabalho está sendo feito dentro e fora das 4 linhas e este Atlético tem tudo para estar lutando nos próximos anos, por títulos. Triste era fazer 6 pontos na fase de grupos da Libertadores e ser eliminado, como foi em 2019, há apenas 2 anos atrás.

Se acostumem com esta ideia, o Atlético está entre os melhores!