NEM MINEIRÃO, NEM INDEPENDÊNCIA, O PROBLEMA É OUTRO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Para continuar vivo na Copa do Brasil, o Atlético terá que golear o Cruzeiro no Independência na próxima quarta-feira (17). Para alcançar o feito, a Massa espera uma postura diferente do time que tem deixado a desejar nos jogos decisivos como mandante em Minas Gerais. “Caiu no Horto, tá morto” e “Mineirão, o salão de festas do atleticano” foram termos utilizados pelo torcedor alvinegro nos últimos anos, principalmente pelas campanhas de 2012 a 2014. Porém, desde a temporada 2015, o Atlético tem abandonado taças graças a resultados ruins no próprio terreiro, seja no Independência ou no gigante da Pampulha.

Impressiona a lista de jogos como mandante em que não balançamos as redes ou fomos eliminados contra equipes fracas do futebol brasileiro. Em 2015, o Galo optou por decidir os duelos decisivos no Horto. Empate contra o Internacional nas oitavas da Libertadores (eliminado na volta), empate com o Figueirense pela Copa do Brasil (eliminado na volta) e derrota para o Corinthians por 3 a 0 no jogo decisivo do Brasileiro. Também no Independência, o Atlético viu o São Paulo garantir a classificação na Libertadores 2016. No Mineiro de 2016, empate com o América no Mineirão, deixando o título estadual para o Coelho e derrota para o Grêmio por 3 a 1 na final da Copa do Brasil.

Veio o Jorge Wilstermann em 2017 e o empate sem gols no Mineirão deu um sabor amargo à eliminação da Libertadores. Em 2018, novo empate sem gols e eliminação em competição continental, dessa vez contra o San Lorenzo, pela Copa Sul-Americana. O ataque alvinegro também não balançou as redes contra a Chapecoense, no Independência, e foi eliminado no jogo de volta. Na atual temporada, empate contra o Cruzeiro na final do estadual e empate contra o Defensor, no Independência, derrota para Cerro Porteño e Nacional, confirmando a eliminação na fase de grupos da Libertadores. Nos jogos de ida em que venceu, contra o Botafogo, pela Copa do Brasil 2017, e Cruzeiro, no Mineiro 2018, o Atlético foi eliminado ou deixou escapar a taça no jogo de volta. O único resultado positivo aconteceu no título estadual de 2017 ao bater o Cruzeiro por 2 a 1.

O elenco é recheado de lideranças que não lideram e “craques” de verão que não resolvem grandes partidas, seja contra São Paulo e Internacional ou Londrina, Jorge Willsterman e Figueirense. Criamos guerras na torcida em discussões sobre a eficácia do Independência ou Mineirão ignorando a qualidade baixa dos times montados. Não é sobre ‘onde deveria ser a nossa casa’, a discussão deveria ser ‘quem veste a nossa camisa’.

Dentro das quatro linhas, nos momentos de crise do clube, as lideranças convocadas para reuniões são os mesmos que encabeçam as listas de decepções nos grandes jogos. Victor, Fábio Santos, Elias, Cazares, Luan, Ricardo Oliveira, entre outros, nomes que deveriam tomar as rédeas, são os que conseguem as piores notas pelas atuações em decisões.

Fora das quatro linhas, ao final de cada temporada, um resumo positivo da diretoria por boas campanhas no Fantástico Mundo de Bobby vivido por eles. A culpa não é dos estádios ou de azar citado em coletiva, tudo é fruto de administrações ruins que tentam nos passar a cultura de nos alegrarmos com oitavas, quartas ou vagas para etapas preliminares da Libertadores. Que a gente vá para cima do Cruzeiro e lute enquanto houver esperanças. Após o apito final, independente do resultado, que as cobranças sejam cada vez maiores com os que calçam chuteiras e assinam contratos. Chega de pensamento pequeno.

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