Números: o ataque atleticano nos últimos jogos

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FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

O Atlético voltou do Rio de Janeiro com mais um empate na bagagem. O resultado de 0 x 0, diante do Fluminense evidenciou problemas no setor ofensivo do time de Jorge Sampaoli. Após o apito final, Guilherme Arana falou sobre isso:

“Temos que terminar melhor as jogadas. As vezes estamos dominando o jogo e no último terço (do campo) não estamos aproveitando as chances que a gente tem!”

Não aproveitar as chances criadas vinha sendo o grande problema atleticano durante o Brasileirão, mas essa seria uma justificativa no mínimo rasa para este momento.

Para isso, façamos uma comparação: Na derrota para o Botafogo, ainda na 4ª rodada do campeonato, o Atlético teve 30 finalizações, sendo que destas, 11 foram na direção do gol. Para se ter uma ideia, naquela partida o clube mineiro teve incríveis 24 assistências para finalização. O que mostra a qualidade da equipe para criar chances. Na partida da última quarta (10), diante do tricolor carioca, o Atlético teve apenas 8 finalizações, sendo apenas uma no gol. Foram 7 assistências para finalização durante toda a partida.

E não ache que essa diferença foi por conta do adversário não. No jogo contra o Botafogo, o Atlético teve 70.7% de posse de bola e trocou 535 passes certos. Contra o Fluminense, o time teve 65% de posse de bola e chegou a marca de incríveis 730 passes certos.

O caro leitor pode estar se perguntando: “O que todos esses números juntos significam?”. Significa que a explicação dada por jogadores e treinador, de que o problema está na conclusão das jogadas, está errada!

O Atlético se tornou no final da competição o oposto do que era no início. Um time sem verticalidade, de muitos passes para o lado e para trás. Neste momento, no Campeonato Brasileiro, o Galo não consegue mais irritar aos torcedores por perder chances claras de gol. O Atlético não as cria mais.

Para se ter uma ideia do alto número de passes que a equipe troca neste momento e de toda sua passividade, vamos a mais um número interessante. O Atlético tem, após a 35ª rodada, 4 entre os 6 jogadores que mais deram passes no Campeonato Brasileiro. São eles: Alonso (1º), Réver (4º), Guilherme Arana (5º) e Guga (6º). Isso só confirma que a principal jogada do clube é ficar trocando passes entre sua primeira linha de zaga.

É de se entender a dificuldade encontrada pelos comandados de Sampaoli para trocar passes com os meias e atacantes, jogando contra equipes sempre muito retrancadas. Claro! Mas se não houver jogadas individuais, velocidade na construção de jogada, passes em infiltração, o esquema do time continuará “estéril”!

E não, não estou pedindo para que o Atlético reinvente o futebol. Estou pedindo para a equipe voltar a jogar o que já jogou neste campeonato! É hora de cada um olhar para o próprio umbigo e ver onde está errando. Treinador tem culpa? Sim, muita! Mas jogadores também! O individual de cada um, principalmente quando se pensa em “momento ofensivo”, caiu vertiginosamente!

A falta de Keno na equipe titular nos últimos jogos pode ser uma explicação. Mas o Atlético, ou qualquer equipe que sonhe em ser campeã brasileira, não pode depender de um único jogador!

 

*Números retirados do site: FootStats

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