O ATLETICANO REVIVE 2008

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

O jeito foi ver São Paulo, Grêmio, Palmeiras e Flamengo brigando na ponta da tabela. Com as dezenas de saídas e chegadas de atletas, o time não teve uma cara definida durante a temporada, o que resultou na eliminação ainda na primeira fase da Sul-Americana e a derrota na final do Mineiro.

Não! Eu não estou falando sobre 2018, a descrição acima é do que vivemos na temporada 2008. Nós regredimos dez anos na nossa história, se é que 2008 não possui leve vantagem nessa comparação, já que a eliminação na Copa do Brasil naquele ano veio apenas nas quartas-de-final.

No meio e ataque, muitos nomes, mas poucos, ou nenhum, que realmente conseguiam mudar as partidas. O paulista São Paulo pegou Éder Luís de mão beijada, assim como o paulista Palmeiras pegou Marcos Rocha da mesma maneira. Apostas em gringos como Agustín Viana e Tomás Andrade, Ricardo Martinez e Martin Rea, Petkovic e Cazares, Castillo e Chará engrossam a lista de coincidências.

Levantar taça com aquele cenário seria impossível, mas uma vaga na Libertadores seria motivo de comemoração, diante de tantos erros durante o ano. Na Sul-Americana, a classificação seria de extrema importância. Percebam que nós, apesar de todas as limitações, jamais cogitamos abrir mão de uma competição internacional em 2008 e hoje, dez anos depois, vemos o alívio de alguns pela eliminação. Talvez seja uma regressão maior do que os dez anos do calendário. Éramos um time fraco, mas não éramos covardes.

Quando ficamos entre os primeiros dos Brasileiros de 2012, 2015 e 2016, nos títulos da Libertadores, Recopa e Copa do Brasil, tive a certeza de que esses tempos jamais voltariam. Agora já não tenho a mesma certeza. Cá estamos nós a procurarmos pontos positivos em reforços que até então têm tudo para esvaziar o caixa do clube e nada mais. Buscar a solução na base? O setor comandado por Marques, que estava em 2008, está fora da final do Mineiro Sub-20 e foi eliminado na primeira fase do Brasileiro da categoria.

No comando técnico, saiu um treinador e a solução foi caseira. Assim como recorremos ao analista de desempenho em 2018, em 2008 foi Marcelo Oliveira, o treinador da base, quem assumiu a bronca. Quer a última coincidência? Alexandre Gallo deixou o cargo de treinador após catorze jogos por não ter atendido às expectativas do presidente. O pior é que ele planejou o atual time e parece ter atendido às expectativas do presidente.

É preciso olhar para frente para evoluirmos, mas também é preciso lembrar sempre dos erros que ficaram para trás. 2008, o ano do centenário, foi deprimente e 2018 é um não vale a pena ver de novo. Antes de Alexandre Kalil assumir o clube, a torcida teve papel de extrema importância ao apoiar na arquibancada, mas exigir mudanças de postura entre os dirigentes quando a bola não rolava mais. Já que citei Alexandre, o grande, trago uma frase que o ex-presidente usou e que vale para o momento. É preciso saber o tamanho do Atlético! Será que eles sabem?

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