O EFEITO DOMINÓ DE UM ESTÁDIO VAZIO

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FOTO: Renan Damasceno/EM/D. A Press

Geração estranha essa em que vivemos, pessoas que fazem a palavra ‘debate’ correr risco de extinção, tempos em que é impossível ouvir e respeitar a opinião de alguém sem disparar uma metralhadora de ofensas. Vale para todas as áreas da sociedade, inclusive o futebol. Discussões simples, como ir ou não ao estádio como forma de protesto se tornaram palanques para verdades absolutas em opiniões blindadas por monitores e teclados, sem olho no olho, sem saber qual foi o tom de voz dito na conversa. A loucura do mundo chegou na arquibancada.

A equação recheada de cálculos poderia ser simplificada pelo tradicional 2+2. Quer ir? Vá! Não quer? OK! Pronto, todo mundo exerceu seu direito de torcedor, cada um demonstrou a insatisfação pelo momento do clube como achou melhor. Sendo assim, as linhas a seguir abordam a MINHA OPINIÃO e não uma verdade incontestável sem direito a recurso nos tribunais. Relaxe e passe para o próximo parágrafo.

Encaro o público zero como o cenário perfeito para atletas, treinador e dirigentes no cenário de crise. Neste domingo, vimos dezenas de pessoas protestando em direção ao espaço onde estava a diretoria do clube. Não fosse o público pequeno, creio eu que muito abaixo dos seis mil informados, os gritos ganhariam as manchetes pela imprensa. Rodrigo Santana teve que aguentar três torcedores gritando os noventa minutos atrás dos bancos, sorte a dele o Horto com tantos espaços vazios. O maior beneficiado foi o Ceará, que jogou em campo neutro, sem pressão e com os atletas do Galo perdendo o resto de confiança nos primeiros segundos de jogo.

Lá se vão dois minutos desde que eu falei que essa é a MINHA OPINIÃO, então vale reforçar, caso você esteja se contorcendo na cadeira. Vaias desde os primeiros segundos com um time que entrou em campo brigando para não cair? Comportamento que se assemelha à contratação de Alexandre Gallo e aos gastos desnecessários nos dezenove meses de gestão. Nós jogamos contra o Atlético!

E o Atlético jogou contra a torcida, mais uma vez. Todas as torcidas firmaram o pacto de não levar faixas ou bandeiras, exceto a GDR (Garra Determinação e Respeito). Como ficaria em destaque a faixa de cabeça para baixo, seguranças impediram que o material fosse estendido, como acontece em todas as partidas. Uma fonte revelou ao DMD que a ordem teria vindo do Diretor de Operações de Estádios, Lucas Couto, ordem que desagradou ao Presidente por potencializar um cenário nada positivo na relação entre torcida e instituição.

A renda foi de R$47.121,00 aumentando o Grand Canyon do orçamento em relação aos demais clubes do campeonato. O efeito dominó não para após o toque inicial na primeira peça. Campo neutro para o adversário, atletas sem o restante de confiança, sem cobrança para os dirigentes, renda que piora a situação financeira do clube. Mas essa é só a minha opinião. Qual é a sua?

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