O gosto amargo da quase vitória

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Se existe um placar lazarento no futebol é o tal do zero a zero, ainda mais quando um dos times tem amplo domínio do jogo. É derrota e vitória ao mesmo tempo, sem ninguém comemorar um golzinho sequer. Pra quem domina, fica o sentimento de que poderia ter feito mais, ter caprichado mais num cruzamento, num último passe, naquela finalização na cara do gol. Já o dominado comemora aliviado, com a certeza de que saiu no lucro diante do empate sem gols.

Foi isso que aconteceu nessa quarta, quando Galo e Chape se enfrentaram pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil 2018, no Horto. Com 69% de posse de bola, o Galo novamente teve um meio campo firme e seguro com Adilson e Blanco. Vi muita gente questionando a necessidade dos dois volantes, já que a proposta de jogo da Chapecoense era claramente defensiva. Ora, se apenas duas bolas chegaram a gol de Victor, é justamente pelo fato dos dois monstros do meio campo alvinegro estarem ali. Tanto que depois que nosso treinador semi-efetivado fez a cagada de tirar os dois marcadores, a Chape cresceu no jogo. E só.

Apesar da superioridade absurda do Galo, a broxante partida sem gols tem justificativa no ineficiente jogo aéreo atleticano e na falta de pontaria dos nossos atacantes. O time alvinegro levantou nada menos que 34 bolas na área adversária, sendo que apenas 3 cruzamentos foram certos. Otero mesmo, que é um perito nesse tipo de jogada, dessa vez parecia estar possuído pelo espírito de Emerson Conceição: foram 11 cruzamentos do venezuelano, todos errados. Precisa urgente de um banho de descarrego.

Lá na frente a coisa não foi diferente. Foram 17 finalizações ao todo, sendo que apenas 4 foram em direção ao gol. Algo de certo está errado, diria um amigo meu. Se por um lado muitas chances foram criadas (e isso é muito bom), fica evidente a falta de qualidade na finalização, que é muito preocupante. Veja bem: não disse falta que qualidade dos jogadores e sim falta de qualidade na finalização. Vai me falar que Ricardo Oliveira não sabe chutar uma bola no gol? Que Luan tem o pé torto? Que Roger Guedes gastou todos os seus gol nas ultimas três partidas? Claro que não.

É por isso que eu prefiro acreditar que eles tiveram uma noite ruim e que no próximo jogo a coisa volta ao normal. Até porque no jogo de volta, a Chape terá que se abrir e vir pra cima, o que favorecerá o estilo de jogo mais propício ao Galo atual: o contra-ataque em velocidade com Luan e Roger Guedes.

Então amigos, fiquem tranquilos. Podemos estar lamentando o empate de hoje, sentindo na boca esse gosto amargo terrível que é a quase vitória, mas a situação tá totalmente sob controle.  No jogo de volta “vai dar nóis”.

#GaloSempre

As estatísticas do jogo utilizadas nesse post foram fornecidas por @GaloEstatisticas

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