O MELHOR ATACANTE DO GALO NA TEMPORADA NÃO FICA PARA 2020

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Quando marcou o oitavo gol no Mineiro e abriu vantagem na artilharia da competição, Alerrandro ganhou confiança para brigar por uma vaga no banco de reservas do Atlético. Colecionador de recordes na base alvinegra, Alê sabia que Ricardo Oliveira seria intocável como titular, mas brigar com Papagaio era uma meta palpável, já que o atacante da base do Palmeiras havia se lesionado jogando pela Seleção Brasileira Sub-20. De fora da reta final do estadual, por opção dos treinadores, Alerrandro viu a fonte de Oliveira secar quando o time mais precisou. Mesmo sendo o goleador do Galo no Mineiro, a felicidade deu lugar à frustração após a perda do título estadual e a eliminação da fase de grupo da Libertadores com uma rodada de antecedência. Ganhou nova chance contra o Zamora, na Venezuela, guardou dois e garantiu o Atlético na Copa Sul-Americana, contra o Unión La Calera.

A equipe chilena foi mais uma vítima de Alerrandro Barra Mansa Realino de Souza, com um gol que levou a partida para os pênaltis e possibilitou que São Victor do Horto defendesse três penalidades. Papagaio já não incomodava, afinal, agora a briga era direta com o pastor pela titularidade. Pesando a favor do garoto da base alvinegra, a pressão da arquibancada exigia a saída de Ricardo do time ainda no primeiro semestre. Gol contra o Santos, gol contra o São Paulo e expectativa gigante para a continuidade dos jogos após a pausa para a disputa da Copa América.

Julho deu início ao pesadelo de todo o elenco, técnico e diretoria. Com Alerrandro não foi diferente. Após as atuações ruins e expulsão nos clássicos pela Copa do Brasil, seis jogos como titular no segundo semestre, nenhum gol marcado, apenas 240 minutos em campo desde o início do mês de agosto e a chegada de Di Santo, fazendo com que Alerrandro ficasse esquecido na Cidade do Galo. O argentino se tornou titular incontestável nas Minas Gerais. Merecido? E se as últimas atuações do gringo fossem protagonizadas por Alerrandro? Domínios que dão a impressão de que o futebol é praticado com tijolo, chances claras desperdiçadas, facilmente anulado por marcadores e perdido em campo. Definitivamente, Di Santo faz parte da lista de jogadores blindados pela arquibancada. Difícil saber o motivo, se é o fato de ‘hablar’ ou medo de termos o quase aposentado Ricardo Oliveira em campo novamente. Posso até sentar na mesa de negociação e fechar a titularidade do argentino contigo, mas Oliveira merecia ser o reserva imediato antes da lesão de Alerrandro? Não merecia, mesmo com o garoto enfrentando dificuldade nas exigências dos profissionais que monitoram todas as informações do atleta.

Dos quatro atacantes testados na temporada, Alerrandro foi disparado o que mais entregou bons resultados. De um lado da balança, gols importantes, a pouca idade, o histórico de destaque nas categorias de formação; do outro, poucas chances como titular, sacado na primeira sequência negativa, assistindo a concorrência entregar pouco e ter preferência na fila. O garoto está certo por comemorar o acerto com o Red Bull Bragantino. Pode ser que não vingue no futebol, mas terá em mãos um departamento de futebol mais bem preparado para capacitá-lo e instruí-lo na continuidade da carreira.

Cuidado, Marquinhos! Palmas no começo, vaias em dobro logo mais. Os rascunhos já estão prontos nas redes sociais, esperando por jogos ruins para concluir que se trata de um foguete molhado. Por aqui, continuamos a queimar Marcos Rocha, Gabriel e quem mais se candidatar a contribuir com a equipe profissional. Bom mesmo é quem ensaia uma dancinha legal para a comemoração dos gols, bom mesmo é quem habla, quem capricha no storie com os parças nas resenhas. Vai ser feliz, Alerrandro. Nos deixe aqui com nossos três treinadores e dois diretores por ano. Estarei torcendo por dias melhores para você, estarei torcendo por dias melhores para o departamento de futebol do Atlético.

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