O PERIGO VIVE NAS CERTEZAS DE RUI COSTA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

A grande contratação do Atlético em 2019 foi o Diretor de Futebol Rui Costa, que foi para o microfone logo nas primeiras horas de clube e protestou ao ver o clube sendo prejudicado pela arbitragem. Rui não lembrou em nada a imagem do inseguro Alexandre Gallo ao responder aos questionamentos da imprensa. Passou dias em imersão no clube para detectar pontos que pediam evolução e anunciou Júnior Chávare como Diretor das Categorias de Base, efetivou Rodrigo Santana e trouxe Daniel Félix para o cargo de preparador físico. Chávare justificou o acerto e repete a imersão de Rui ao se trancar na Cidade do Galo para filtrar o que pode ser aproveitado na base e o que pede mudança.

Dentro das quatro linhas, contratou Ramón Martínez e Lucas Hernández. Fez cara feia na Cidade do Galo quando um dos setoristas do clube definiu os reforços como peças para compor o elenco e disse estar confiante que o atual elenco está pronto para os desafios do segundo semestre. Não está, Rui!

O diretor citou clubes que não possuem apenas onze titulares como se a regra fosse válida para nossa casa. Não enxergo o elenco “qualificadíssimo” citado por Rui Costa. Vinícius, Maicon Bolt, David Terans, Bruninho e Jair não mostraram ainda que podem contribuir para a formação da uma equipe campeã. É possível pinçar minutos de boas atuações de cada um dos nomes citados, mas nenhum deles apresentou ainda uma boa sequência no Atlético, mesmo com a evolução da equipe após a demissão de Levir Culpi. Passamos o primeiro semestre com onze titulares e alguns deles continuaram intocáveis durante a fase ruim por falta de concorrentes.

Onde se ouviu “qualificadíssimo”, ouça “limitadíssimo”, já que falamos da equipe eliminada na fase de grupos da Libertadores. A classificação na Sul-Americana contra o modesto La Calera e a vaga na Copa do Brasil não podem apagar a necessidade de reforços para a intertemporada. Rui Costa também se alterou na coletiva ao ouvir que a efetivação de Rodrigo Santana na pausa de junho lembra a efetivação de Thiago Larghi. Lembra, Rui. Sabe o que fizeram com o Larghi logo em seguida? Disseram nos microfones que o time era bom, pois estava na ponta de cima da tabela do Brasileiro e deixaram a bomba na mão do recém-efetivado treinador. Você não era o diretor, mas nada impede que você aprenda com as lições desse roteiro.

O setorista que citou Martínez e Hernández não está errado ao argumentar que são duas incógnitas diante da adaptação ao futebol brasileiro, entre outros fatores. Sem questionar a qualidade dos atletas, mas são apostas como Terans, Martín Rea e Thomás Andrade, que não deixaram saudades no torcedor. Assim como acontece com os gringos que serão apresentados nesta semana, eles passaram pelo monitoramento do Atlético no exterior e Terans chegou a assinar um longo contrato. Vale o apoio, assim como é válido deixar um percentual de desconfiança.

Como tento sempre pescar algo nas entrelinhas das palavras dos profissionais em entrevistas, observei um detalhe na resposta de Rui Costa ao falar sobre Rodrigo Santana. “Ele blinda o elenco externamente e cobra internamente”. Bingo! Aqui pode morar a nossa esperança. Estaria o diretor blindando o elenco nos microfones para cobrar investimentos do presidente internamente? Rui se mostrou experiente e rápido nas vezes em que foi provado até o momento. Vale o voto de confiança. Saberemos qual foi o desfecho da nova nas cenas dos próximos capítulos. Que não sejam os mesmos de 2018.

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