O QUE THIAGO LARGHI PEDIU E O QUE ELE TERÁ NO SEGUNDO SEMESTRE

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“Se não tivermos lesão ou um fator extra, como saída de algum jogador, acredito que três, quatro jogadores seriam suficientes” – A frase foi dita por Thiago Larghi em maio, após a vitória sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro. Uma semana depois, contra o Flamengo, novo pedido por reforços.

Foram seis atletas anunciados desde então, mais do que a encomenda, mas será que Larghi tem motivos para sorrir? Simbora analisar esse grupo e o cenário que espera pelo técnico EFETIVADO.

DEFESA – Bremer era a única linha de evolução no gráfico dos defensores. Como Maidana fora a decepção do Campeonato Mineiro e tropeçou nas próprias pernas, foi criado um roteiro que lembrou a saída de Otamendi e a lesão de Réver, deixando a vaga no colo de um tal Jemerson. Em uma época de jogadores fatiados, os clubes já não possuem tanto poder de resistir aos euros. O desempenho dos companheiros que ficam faz Bremer ser uma perda a ser tão sentida quanto Róger Guedes e Blanco.

Juninho assume a posição e terá que mostrar que o preparo físico evoluiu em relação à estreia, contra o América. A dupla com Gabriel é uma incógnita, até porque a sequência de jogos do Gabriel tem sido uma incógnita.

Provavelmente, Leo Silva vive os últimos seis meses de Atlético. Com vinte partidas em 2018, é apenas o 14º na lista de quem mais jogou na temporada, Bremer estava a dois jogos de empatar. Foram apenas sete partidas disputadas desde primeiro de abril, quando o Galo venceu o primeiro duelo da final do Mineiro. Risco da lista de opções nosso eterno capitão e ídolo. Pronto! Temos o setor mais caótico para a continuidade da temporada.

Gabriel, Juninho e Maidana disputam duas vaga, vez ou outra contaremos com Leo Silva e o restante é aposta para o futuro. Lembrando que apenas cinco times sofreram mais gols que o Atlético no Brasileiro. Mesmo sem a saída de Bremer, olhar com carinho para a defesa deveria ter sido prioridade.

E se Juninho é o zagueiro titular atualmente, quem é o reserva do Fábio Santos? Pois é! A vaga já foi de Kevin, que chegou e ninguém viu, e Lucas Cândido, que não é e nunca foi lateral. Atualmente, o reserva tem sido Carlos Gabriel, da base. Porém, nos momentos em que precisamos, nem sempre o jogador de origem da posição foi aproveitado como reserva imediato. A lateral ajuda a agravar o problema da defesa. Rezemos pela saúde de Fábio Santos. No mais, entre os guarda-redes, Giovanni disse adeus tarde demais. A renovação já havia sido um erro.

Mais atenção para a defesa, Galo!

MEIO E ATAQUE – O esquema que se espalhou pelo país e tem se tornado padrão no Atlético desde os tempos de Cuca, onde os homens que jogam pelo lado do campo auxiliam a defesa e chegam com intensidade no ataque, me faz analisar os dois setores de uma vez. Afinal de contas, qual é a posição do Luan? Atacante? Sim! Meia? Sim! Volante? Também.

Contra Cruzeiro e Flamengo, jogos que fizeram Larghi pedir reforços e citar a necessidade de mais peças na frente, o banco de reservas contava com Arouca, Yago, Otero, Tomás Andrade, Erik e Galdezani. Em campo, Blanco, Cazares e Róger Guedes. Contando que faltam apenas detalhes para a despedida de Cazares, são seis opções a menos para o técnico. Lembrando que Bremer não entra na conta nesse momento, e, como premonição, a entrevista dizia “se não tivermos lesão”, o que inclui Blanco na lista de despedidas da temporada.

Arouca e Yago pouco acrescentavam, a troca de ambos por Zé (vai virar Zé) Welison foi positiva. Alerrandro mostrou ansiedade nas chances que teve e Larghi citou que o período de transição e mudanças em todo o clube poderia queimar uma peça importante para o futuro. O substituto imediato de Ricardo Oliveira agora é Denilson, mais experiente para a grande área.

Você também simula três substituições mesmo antes da bola rolar? Pois é, dificilmente Erik vai aparecer entre essas opções após a Copa. Talvez Clayton também não apareça, mas é um bônus que surge após longo período se recuperando de cirurgia. Mesmo sem estrearem, Edinho e Leandrinho largam na frente simplesmente por não terem o passado da dupla com o Manto alvinegro. Se mantivermos o baixo número de lesões no elenco, Clayton e Erik serão figurantes e somarão poucos minutos até dezembro.

Para que tenhamos comparações com o grupo que esteve em campo quando Larghi pediu reforços, deixemos Leandrinho como substituto de Otero. O venezuelano não apresentou o mesmo futebol do final da temporada 2017, nem a bola parada trazia o mesmo veneno. Otero não mudou jogos em 2018, errou em momentos decisivos, enquanto Leandrinho chega como promessa e uma boa aposta. Com valores fixados, caso o Atlético queira contratá-lo no final do empréstimo, Leandrinho pode atender ao treinador no estilo de jogo proposto até o momento. Curta a Arábia, Otero

Agora chegou o grande momento, os substitutos de Róger Guedes, Cazares e Gustavo Blanco. Se Elias é o substituto de Blanco, precisamos de um substituto para Elias no banco. Esse cara não é o Galdezani. Escrevo esse texto no meu primeiro dia de férias, é madrugada e estou na segunda página do Word. Não sei se está claro o que quero dizer, mas a principal contratação para o meio, respeitando a política de gasto limitado, seria para o substituto do titular Elias, posição ocupada por Blanco até bem pouco tempo atrás. Com o perfil de apostas, jovens e empréstimos, dificilmente chegaria um nome para assumir o posto de titular, mesmo que Elias se esforce para isso, então a ideia seria ter esse substituto imediato.

Poucos jogadores atuando no Brasil substituiriam Róger Guedes e traria tranquilidade ao Atleticano. Apenas nomes cogitados na Europa, como Luan, do Grêmio, peças que já recusaram milhões de euros. Sendo assim, Yimmi Chará é uma boa aposta, mesmo atue pelo lado direito. Veloz, experiente, prestativo na marcação e permite que Larghi deixe Luan no meio, onde Cazares apresentava dificuldade para atender o que queria o técnico. Repito, não substitui o calopsita loiro, mas é um bom nome.

Aproveitando a citação do equatoriano, podemos compará-lo com David Terans. Dois anos e meio depois, assim como Cazares, Terans desembarca em Minas como aposta. Difícil cravar se perdemos ou ganhamos em técnica, em dores de cabeça extra-campo ou em um atleta que pode exercer diversas funções quando Larghi tenta mudar todo o comportamento da equipe.  Se ninguém substitui Guedes, alcançar os números de Cazares também não vai ser tarefa fácil, apesar das vaias que o acompanhavam. Duelo equilibrado nesse caso.

 

Desde que pediu de três a quatro reforços, Larghi recebeu seis nomes, mas perdeu a coluna principal do time. Terá que começar uma nova temporada em julho com testes, sem entrosamento e à procura de uma escalação que corrija os problemas da defesa.

O perfil de contratações mostra que o jovem técnico quer manter a velocidade. Chará, Terans, Edinho são baixinhos e estatura do time é algo a se monitorar quando todos estiverem juntos em campo. Na volância, a esperança é que Zé seja o pitbull que Arouca não foi na ausência de Adilson. Apesar do alto número de atletas do setor ofensivo apresentados no CT, a grande dor de cabeça de Larghi é como essas peças ajudarão na marcação quando a bola estiver com o adversário.

O setor defensivo foi esquecido de maneira errônea pela diretoria na janela de contratações. Além de estar entre as equipes que mais sofreu gols, Larghi perdeu o zagueiro mais regular e o melhor volante, mesmo que o treinador não o considere volante na prática. Sem Adilson no confronto contra o Grêmio, o combate antes da zaga pode render arrepios para o Atleticano.

São dois meses desde a entrevista pedindo atenção à frente. Agora o foco do pedido, em entrevista concedida na Cidade do Galo, é um zagueiro pronto para chegar e jogar, síndrome conhecida como cobertor pequeno. A cabeça estava descoberta, agora nós tampamos a cabeça e os pés ficaram de fora. Essa falta de um cobertor maior faz toda a diferença nos planos para temporada 2019. Ficar de fora da Libertadores faz um fffriioooo.

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