O QUE VEREMOS NO GALO DE LEVIR CULPI

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

A TV Galo associou o retorno de Levir Culpi ao Atlético como a quinta temporada de uma série. Curti! Sendo assim, é hora de analisarmos os easter eggs deixados pelos personagens principais nas temporadas passadas. Eles podem deixar pistas dos motivos que nos levarão aos hospitais.

Se estava próximo de mais uma renovação de contrato com o Atlético, Leonardo Silva perde pontos na reta final da temporada 2018. O zagueiro, que assoprará quarenta velinhas em 2019, pode não se adaptar à marcação adiantada, característica dos times de Levir. Lembra de 2015? Cada contra-ataque sofrido era uma promessa que nós deixávamos pendente em meio à correria desesperada dos zagueiros no mano a mano.

O treinador realmente não estava brincando na coletiva quando falou em mandar torcedores para o hospital. É provável que vejamos em algumas partidas o 4-1-4-1 de volta, como aconteceu em 2014, quando Leandro Donizete ou Rafael Carioca chegaram a jogar sozinhos na volância. Todos esperavam Josué na escalação, mas Dátolo ou Luan é quem cumpriam a função de reforçar a marcação. Na teoria, Elias já cumpre (ou deveria cumprir) esse papel, com as subidas ao ataque, sem esquecer da marcação.

E se o assunto é marcação, vale lembrar também que Marcos Rocha chegou a reclamar na imprensa que o time sofria muitos gols por insistir na marcação por zona e que isso desagradava a equipe. Na coletiva, Levir sentiu-se traído pelo fato de a reclamação ter sido através dos microfones e não nos treinamentos. Perito em tomar gols em bola parada na atual temporada, o assunto marcação por zona na Cidade do Galo causa calafrios no atleticano. Sem dúvida, são cenas que não valem a pena ver de novo ano que vem.

Voltando à apresentação do novo treinador durante a semana, outra dica deixada na entrevista é que Luan rende mais quando é usado na posição correta. Talvez o treinador tenha associado o maluco ao lado direito do campo, chegando pelos lados e não centralizado, como foi testado pelos últimos comandantes. A vaga da direita estaria preenchida? E se Levir desfizer as invertidas de Thiago Larghi? O ex-analista de desempenho/interino/técnico preferia ver Róger Guedes e Chará na esquerda, Tomás Andrade na direita e Nathan, que prefere jogar centralizado, também era deslocado para os lados do campo. Ou seja, Larghi só não testava o atleta na posição de origem. Culpi pode realinhar as órbitas dos planetas até dezembro ou insistir, confirmar que não deu certo e deixar as mudanças para 2019.

Na última passagem, Tardelli era o coringa que podia deixar o ataque e reforçar a armação. Ninguém do atual grupo conseguiria exercer tal função, mas se conseguir tirar leite de pedra, como fez com Maicosuel, Carlos, Marion e cia., veremos Levir explorando a velocidade de Chará e descobriremos se existe velocidade e habilidade em Edinho e Leandrinho. O último easter egg deixado pelas últimas temporadas foi a preferência por Patric em diversas funções. Porém, na própria coletiva de apresentação do técnico, Sette Câmara elogiou, endeusou e idolatrou Emerson como se deixasse o recado: “Nem brinca, Levir!”.

De um modo geral, a primeira coletiva da quinta temporada foi confusa, vazia e com a malandragem de Levir Culpi fugindo de perguntas com respostas engraçadas. A solução foi buscar o arquivo com tudo que já vivemos no passado. Teve um pouco de Greys Anatomy com citações de idas aos hospitais, rolou Sobrenatural nas lembranças de viradas históricas, Sherlock Holmes, um líder com o cérebro pensando lá frente, enquanto analisamos o passado e a promessa de que não veremos mais Game Of Thrones, onde cabeças rolam sempre no comando técnico. Cara, isso é muito Black Mirror!

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