Os riscos da promoção na Cidade do Galo

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

Todo funcionário de uma grande empresa sonha em ser promovido para continuar subindo degrau por degrau até o posto mais alto possível. Na Cidade do Galo, ser promovido pode representar um risco para o cargo, como mostra as últimas temporadas do clube. Thiago Larghi viu Oswaldo de Oliveira ser demitido e assumiu o time, temporariamente, deixando o posto de analista de desempenho. A interinidade durou mais que o esperado e o anúncio da efetivação apareceu como uma chance de iniciar a carreira como técnico em um grande clube. Larghi sequer encerrou a temporada no comando da equipe, sendo demitido na reta final do Brasileiro.

Em 2019, o filme se repetiria com Rodrigo Santana substituindo Levir Culpi, a princípio, temporariamente. Mesmo com experiência no futebol profissional, Santana fora contratado para a categoria sub-20 meses antes e a promoção parecia algo distante, naquele momento. O interino ficou dias, semanas, meses e foi efetivado na equipe principal, repetindo os meses de efetivação (junho) e demissão (outubro) de Thiago Larghi.

A trilogia pode fechar de maneira melancólica para Leandro Zago, atual técnico da equipe de transição do Atlético. Em julho de 2019, Zago deixou o sub-17 para ocupar a vaga de Rodrigo Santana no sub-20. Campeão da Taça BH e do Mineiro pelo Sub-17, Zago também levantou o troféu do estadual no Sub-20.

Seis meses após se tornar o treinador do sub-20, Leandro Zago conseguiria mais uma promoção no clube ao assumir a equipe de transição. O projeto visa dar continuidade na maturação de atletas que já não tem mais idade para atuar pelo sub-20, além daqueles que se destacam em categorias inferiores.

Alexandre Mattos já declarou que o projeto será analisado quando o departamento de futebol voltar às atividades na Cidade do Galo, pois traz um gasto maior com atletas e comissão técnica em um período de contenção de gastos. Diversos contratos de atletas foram rescindidos e a ideia iniciada na era Rui Costa está prestes a ser extinta, apesar de ser a menina dos olhos de Chávare, o homem forte da base.

Pode ser que alguns dos jogadores que fizeram parte do time de transição emplaquem na carreira, mas o grande prejuízo com o ponto final no projeto seria a perda de um grande treinador. Leandro Zago mostrou um bom trabalho no sub-17, sub-20 e, certamente, contribuiria para a evolução da garotada. Em outros tempos, certamente faria parte de uma comissão técnica fixa, mas dificilmente isso aconteceria com Jorge Sampaoli no comando do nosso Galo. Se ficar por aqui, ganha o Galo, ganha o Zago. Se sair, sorte na carreira, professor.

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