História: Obina relembra bronca de Luxemburgo após marcar cinco gols

Compartilhe

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Aplausos? Bicho extra? Todo artilheiro após balançar as redes cinco vezes em um só jogo imagina que viverá um período de glórias com os companheiros de time, o técnico e a torcida. Obina conseguiu o feito na quarta partida em que vestiu a camisa do Atlético, em 2010, mas a reação do treinador após a vitória não foi como ele esperava. Com o bom humor de sempre, o atacante contou à TV Galo como Vanderlei Luxemburgo reagiu a uma gentileza com o colega Muriqui.

Juventus, do Acre, e Galo se enfrentavam pela primeira fase da Copa do Brasil de 2010, em Rio Branco. Aos doze minutos da primeira etapa, Manuel de Brito Filho, o Obina, mostrou que estava inspirado naquela noite ao deixar Diego Tardelli livre na área para marcar o primeiro. Quatro minutos depois, Obina aproveitou um vacilo na defesa da Juve e, de pé esquerdo, ampliou o placar. Ainda no primeiro tempo, aos quarenta minutos, de novo ele, Obina marcou o terceiro em um lance que nem Nelson Rodrigues e o sobrenatural de Almeida explicariam. O atacante chutou de fora da área, a bola explodiu na zaga, subiu alto e caiu de novo nos pés do artilheiro que voltou a fuzilar, dessa vez sem chances para o goleiro Felipe.

Marques entrou no lugar de Tardelli e viu a bolar sobrar livre para marcar o quarto. Se o Calango não alcançasse, o atacante, tantas vezes comparado a Eto’o, marcaria. Aos dezessete minutos, pênalti para o Galo. Obina bateu forte, Felipe chegou a encostar na bola, mas ela morreu no fundo das redes. O quarto gol do rei da noite, o quinto do Atlético, veio com um forte chute de direita do camisa 7. Um minuto depois, Muriqui, que havia entrado no lugar do lateral Coelho, sofreu pênalti. Sensibilizado com o pedido do companheiro que também havia chegado no clube há pouco tempo, Obina, responsável pelas penalidades, deixou a cobrança com Muriqui. O camisa 17 bateu forte, mas a bola explodiu no travessão.

No último minuto do tempo regulamentar, Marques encontrou Obina livre para marcar o quinto dele na noite, o sétimo do Galo. O feito já era histórico! Um jogador não marcava cinco gols com a camisa do Galo em um mesmo jogo há dezenove anos. Ao chegar no vestiário, a recepção não foi como atacante imaginava. Vanderlei Luxemburgo estava furioso com Obina pelo fato do artilheiro ter deixado a segunda cobrança de pênalti com Muriqui.

“Quando eu cheguei no vestiário, o Vanderlei me atropelou de uma forma. Me perguntou se eu estava maluco, que eu era um moleque, porque eu não bati o sexto pênalti já que eu ia ser o único, se eu não queria ficar na história. Eu não sabia de nada, eu sabia que eu estava fazendo os gols, eu não sabia de nada. Meu irmão, aquilo ficou na minha cabeça. Se esse pênalti surgisse de novo, eu vou te falar, não deixaria mais o Muriqui pegar”, conta Obina.

Para se desculpar com Luxemburgo, Obina marcou três vezes, quatro dias depois, dessa vez contra o Uberlândia, pelo Mineiro. Na fase seguinte da Copa do Brasil, contra a Chapecoense, Obina sofreu uma grave lesão que o tirou dos gramados por quatro meses. Até aquele encontro com a Chape, no Mineirão, o artilheiro havia balançado as redes doze vezes em onze partidas. Pelo Galo, o atacante marcou vinte e sete gols em trinta e nove jogos.

Compartilhe