OS MOTIVOS QUE GARANTEM RICARDO OLIVEIRA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Um gol nos últimos oito jogos. Em entrevista coletiva marcada pelo aspecto motivacional, Ricardo Oliveira disse que perdia noites de sono nos jogos em que não ia bem. Como pastor não pode mentir, creio que as noites têm sido longas para o camisa nove. Além da escassez de gols, um péssimo futebol tem sido apresentado nas partidas pelo Atlético.

Dois fatores garantem a titularidade incontestável de Oliveira, raramente substituído nessas atuações abaixo do que pode render o artilheiro – a insegurança do treinador e a falta de substitutos para a posição.

Se a sua resposta sobre o substituto é “qualquer um”, quero lhe convidar a embarcar na máquina do tempo alvinegra. Julho de 2017, em sete partidas disputadas, cinco derrotas, um empate e uma vitória. Em seguida, o Atlético enfrenta o Coritiba, no Paraná, após a eliminação da Copa do Brasil, na estreia de Micale. O treinador surpreende a todos no vestiário ao anunciar Pablo como titular. O atacante acabara de voltar do Japão, onde não deixou saudade, assim como os outros clubes por onde passou, mas QUALQUER UM era válido para a vaga de Robinho, em momento ruim no clube. Além do pedalada, o banco ainda contava com Luan, Elias e Valdívia.

Após o duelo no Paraná, era a vez de encontrar o Corinthians, no Mineirão. De novo, Pablo na frente, em uma das atuações mais vexatórias que presenciei no gigante da Pampulha. Vimos que não seria QUALQUER UM que resolveria um problema coletivo. Com Ricardo Oliveira o cenário é o mesmo. Tendo Denilson, atacante de poucos gols por onde passou, como substituto, sacá-lo da equipe se tornou manobra arriscada.

Além da falta de opções no banco, o histórico de insegurança de Thiago Larghi em decisões de troca de atletas mostra que Oliveira continuará na equipe. O treinador insistiu em permanecer com Gabriel, Elias e Patric, mesmo com Maidana, Blanco e Emerson à disposição. Nas substituições, com raras exceções, opta pelo óbvio, sem arriscar.

Não tem saída! É torcer para que a crise existencial do pastor acabe logo, talvez esteja difícil superar a saída do Róger Guedes, já que o momento ruim coincidiu com a saída do calopsita. O máximo que veremos, caso a crise não passe, é o atacante sendo substituído mais vezes, não apenas no final das partidas. Dobra o óleo da unção, calça o sapatinho de fogo para afiar o pé e manda ver, Ricardo. Faz aquela palestra motivacional na frente do espelho. A gente tá contigo e não abre. Se aparecer opção melhor, a gente abre. Mas não tem.

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