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Outro desafio: Cuca encontrará no Galo o oposto que encontrou no seu último trabalho

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FOTO: RICHARD CALLIS / VIA  IMAGO & BRUNO CANTINI / ATLÉTICO

O técnico Cuca chegou ontem à noite a Belo Horizonte, e hoje (16) pela manhã, já foi apresentado aos jogadores e iniciou seus trabalhando na Cidade do Galo. E, de cara, Cuca irá encontrar uma situação totalmente diferente no Atlético, em relação ao seu último trabalho, no Santos. Ano passado o treinador se apresentou ao Santos em agosto, por onde ficou durante 6 meses.

No alvinegro praiano, o técnico assumiu o time em um momento de crise política e com o elenco rachado com a diretoria. No início da pandemia, o clube havia reduzido em 70% os salários dos jogadores sem acordo e ainda tinha atrasos em direitos de imagem. O atacante Sasha e o goleiro Everson, por exemplo, haviam pedindo rescisão contratual na justiça por conta da falta de pagamentos. O clube vivia uma grave crise financeira, impedido de registrar novos jogadores por causa de uma punição de transfer ban aplicada pela FIFA e ainda acumulava diversas dívidas com outros clubes.

Mesmo com todas essas adversidades, Cuca trabalhou e criou um ambiente favorável dentro do clube. Passou confiança aos jogadores e conquistou o grupo no dia a dia, transformando numa grande família, como costuma citar.

Como o Santos não podia contratar, utilizou os garotos da base, e fez um trabalho para conseguir recuperar alguns jogadores que estavam no grupo, mas não rendiam o esperado. Lançou os atacantes Ângelo de apenas 16 anos, Marcos Leandro de 17 e Kaio Jorge de 19, os meio-campistas, Sandry de 18, Ivonei de 18 e Lucas Lourenço de 20 anos.

Outra atitude do treinador que criou muito impacto no time, foi reintegrar ao grupo o ex-jogador Serginho, auxiliar técnico permanente do Santos, que na gestão de Jorge Sampaoli, havia sido proibido de ver treinos e foi afastado do clube. Na época, Cuca chegou a externar o seu respeito e admiração pelo ex-jogador.

É um ídolo. Se a gente não cuidar desses caras, pelo amor de Deus. Não é só o Santos. É um pedido que eu faço para todos os clubes, cuidem dos seus ídolos. Chego até a arrepiar. Porque a gente vai ficando velho, a gente vai ficando mais sensível. Ele vai ajudar a gente muito aqui. Vai ensinar o cara a finalizar, a fazer gol de bico, que vale também, igual ele fazia. E além disso, é respeitar o ídolo que o Serginho foi. Foi meu ídolo, jogava muito.

Cuca encara seu último trabalho no Santos, como sendo um dos melhores da sua carreira, porque em vários momentos o time jogou muito futebol apesar de todos os problemas vividos extracampo. Saiu contente com o trabalho, que qualificou como muito árduo, muito difícil, e ao mesmo tempo muito compensatório, porque as coisas todas foram feitas com muito prazer, conforme palavras do treinador na sua despedida, onde inclusive, foi homenageado pelos jogadores.

No comando do Santos foram 44 jogos, 18 vitorias, 14 empates e 12 derrotas, aproveitamento de 51,5%.

No Atlético, Cuca encontrará uma situação totalmente diferente. O time vive um momento político estável, com um presidente escolhido num consenso entre a situação e a oposição. Conta com o apoio de grandes investidores, que andam lado a lado com o clube, ajudando financeiramente nos momentos mais complicados, assim como nas contratações.

O Galo possui um elenco já montado, que foi terceiro colocado do Brasileiro, brigando pelo título até o final, e ainda reforçado por três grandes contratações nessa temporada : Hulk, Nacho e Dodô.

O treinador encontrará um projeto de longo prazo e a todo vapor. Com um planejamento administrativo e uma reestruturação do clube em andamento. Com jogadores com salários em dia e com uma ótima estrutura física para treinar.

Portanto, juntamente com a sua virtude de ser um grande gestor de grupo, Cuca tem todos os ingredientes necessários para conseguir desenvolver um trabalho vitorioso no Atlético.

O técnico será apresentado oficialmente hoje (16) , às 16h, em Live, transmitida pela Tv Galo.