PM: PROIBIÇÃO VALE APENAS PARA ORGANIZADAS

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Em reunião realizada na Federação Mineira de Futebol, Atlético, Cruzeiro e Polícia Militar definiram detalhes da logística para o clássico do final de semana. Por se tratar do primeiro duelo entre os clubes após o rebaixamento do Cruzeiro, a expectativa é que ocorra diversas manifestações por parte da torcida alvinegra com provocações em alusão à série B. Na reunião, a Polícia Militar informou que não permitirá a entrada de quaisquer materiais com a letra “B” para que as provocações não “inflamem” o torcedor adversário, o que potencializaria a chance de brigas dentro e fora do Mineirão.

Ainda na reunião, o Atlético registrou que não concordava com a proibição e que as ironias e manifestações do torcedor não podem sofrer limitações pelo poder público. O clube registrou ainda que espera que o Ministério Público atue para defender a manifestação do torcedor. Através do Twitter, Lásaro Cândido, vice-presidente do Atlético, tratou o caso como ‘censura absurda’ e reforçou que o clube irá recorrer ao Ministério Público.

Em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da TV Band Minas, o tenente-coronel Trunt informou que a proibição vale apenas para as torcidas organizadas que utilizam grandes faixas e bandeiras de mastro. A utilização de faixas e bandeiras de mastro, segundo Trunt, acirram os ânimos das organizadas e incentivam a prática de tentar capturar o material dos rivais, o que dificultaria a escolta da polícia, inclusive longe do estádio.

Segundo o tenente-coronel, o torcedor de maneira geral tem total liberdade para adentrar o estádio com camisas, balões pequenos e demais materiais provocativos, desde que esses objetos não estejam na lista de itens proibidos pelas normas de segurança, seja no clássico ou demais partidas.

Há anos, a torcida do Cruzeiro ergue uma bandeira de mastro com a capa do jornal Estado de Minas noticiando o rebaixamento do Galo. Nunca houve qualquer citação ou proibição da Polícia Militar em entrevistas ou reuniões da Federação Mineira. As autoridades também nunca se manifestaram sobre faixas que citavam divisões disputadas pelos clubes quando o Cruzeiro foi mandante nos jogos disputados no Mineirão.

Atos de censura e proibição foram relatados por torcedores em jogos do Atlético nos últimos meses. Contra a Caldense, atleticanos que usavam camisas alusivas ao rebaixamento do rival teriam sido barrados por seguranças do Mineirão. Em 2019, faixas e camisas de protestos contra dirigentes do clube também teriam sido proibidas de passar pelas catracas.

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