POSSIBILIDADE DE FINAL BRASILEIRA ACENDE SINAL DE ALERTA NA CONMEBOL

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IMAGEM: DIVULGAÇÃO CONMEBOL

Dizem que só nos preocupamos em resolver problemas que ocasionaram tragédias depois que elas acontecem. Não é exclusividade do Brasil, nem do futebol, mas vez ou outra nos deparamos com manchetes que nos fazem questionar como ninguém pensou em tal situação para que ela fosse evitada. Em novembro, acontece no Paraguai, em jogo único, a final da Copa Sul-Americana, competição organizada pela Conmebol. Colón, Independiente del Valle, Corinthians e Atlético disputarão a semifinal sonhando em entrar no gramado do estádio La Nueva Olla Azulgrana para erguer o bonito troféu do torneio continental.

Caso Atlético e Corinthians cheguem à final, teremos duas das maiores torcidas do país dividindo aeroportos, hotéis, ruas próximas ao estádio e as estradas até o Paraguai. No futebol, torcidas organizadas criam laços interestaduais, o que aumenta a amizade entre determinados clubes ou aumenta a rivalidade, caso o visitante seja adversário do parceiro daquele estado. Isso interfere na logística da polícia para garantir a segurança das organizadas e dos torcedores que não participam das agremiações. Com a proximidade entre as organizadas de Palmeiras e Atlético, as partidas dos alvinegros mineiro e paulista exigem maior atenção para evitar confrontos entre Galoucura e Gaviões da Fiel.

Um terceiro fator pode tornar o cenário ainda mais caótico, caso os brasileiros alcancem a classificação. Atlético e Olimpia se enfrentaram na final da Libertadores 2013 com registros de violência entre as torcidas no Paraguai e no Brasil. Ônibus de grupos paraguaios foram depredados em Belo Horizonte e um atleticano foi baleado em briga generalizada após o jogo da ida, quando a escolta da polícia deixou os brasileiros no principal ponto de encontro dos olimpistas em Assunção. Em 2014, quando o Galo voltou ao país para enfrentar o Nacional pela Libertadores 2014, postagens de paraguaios com armas de fogo foram publicadas nas redes sociais com ameaças aos atleticanos que visitassem Assunção. Manchetes do passado? Torcedores do Cerro e do Olimpia brigaram na decisão de Futsal FIFA na noite desta sexta-feira (30) e um cerrista morreu baleado por disparos vindos de um carro com pessoas que trajavam camisa do Olimpia, segundo relatos de testemunhas.

Datas, locais e regulamentos são definidos por pessoas com ternos sob medida e em salas luxuosas, realidade diferente da maioria dos torcedores que estarão na arquibancada do Nueva Olla, em novembro. Muitos ficarão dias em caravanas nas estradas entre propinas para a polícia paraguaia e a insegurança do que aguarda os que desembarcam no país onde também está localizada a sede da Conmebol.

Com a final em jogo único, a proibição de decisão com clubes do mesmo país deveria ser retomada. Teremos quatro partidas na semifinal para conhecermos os dois times que continuarão sonhando com o título da Copa Sul-Americana. Caso a dupla brasileira obtenha êxito nos respectivos confrontos, a possibilidade de manchetes relatando problemas no Paraguai é enorme. Que os atleticanos estejam com a cabeça no Colón, os corintianos no Del Valle e a Conmebol de olho no próprio terreiro, o Paraguai.

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