PRECISAMOS TIRAR O SONO DOS ATUAIS TITULARES

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

Foram dezoito contratações em 2018, sendo que 50% delas já deixaram o clube e não fazem a pré-temporada na Cidade do Galo atualmente. Dos nove que restaram, o Atlético ainda não contou com Martín Rea em campo, tentou a liberação de Nathan e não faria esforço para segurar Leandrinho, se tivesse a oportunidade de liberá-lo. Além da herança depressiva de Alexandre Gallo, Gabriel foi envolvido na troca por Igor Rabello e a diretoria ainda vive a expectativa de emplacar, no mínimo, uma venda nesta janela.

Se era rápido do lado esquerdo do campo, como diretor, Marques Batista de Abreu se mostrou ainda mais ligeiro e reforçou o banco de reservas alvinegro. Oswaldo de Oliveira, Thiago Larghi e Levir Culpi pouco puderam contar com os suplentes para mudar partidas difíceis em 2018. David Terans, Tomás Andrade, Matheus Gadezani, Denilson, Edinho e Leandrinho limitavam todo o poderio ofensivo do Galo ao time titular, que viveu momentos de instabilidade na temporada. Reforçado o banco de reservas, a luz amarela continua acesa entre os titulares.

Desde a eliminação para o Jorge Wilstermann, na Libertadores 2017, o Atlético viveu uma série de resultados ruins, incluindo a posição final no Brasileiro 2017, que o deixou de fora da Libertadores, mesmo com um alto de número de vagas para brasileiros. Derrota vexatória no Mineiro após vantagem de três gols, eliminação precoce na Copa do Brasil e Sul-Americana, campanha ruim no segundo semestre do Brasileiro, garantindo vaga para a pré-Libertadores no apagar das luzes.

Desde o duelo contra o Jorge Wilstermann, a base da equipe é a mesma. Victor, Leo Silva, Fábio Santos, Adilson, Elias, Cazares e Luan estavam em 2017, e, entre os que participaram do péssimo segundo semestre de 2018, acrescente Chará, Ricardo Oliveira e Emerson. Na primeira distribuição de coletes da pré-temporada o mesmo meio e ataque, mantivemos o mesmo setor sem inspiração e pouco criativo de 2018. Temo que, após reforçar o banco de reservas, escutemos o discurso de que não há mais verba para o time titular. É contraditório dizer isso, mas gostei de TODOS os reforços até o momento, porém, são peças acompanhadas do termo “PODE SER”. Jair deixou a série B e se destacou no fraco Sport, pode ser que continue a evoluir, mesmo com uma camisa mais pesada. Vinicius tem bons números de assistências e gols pelo Bahia, mas terminou na reserva do tricolor e PODE SER que seja uma boa sombra para Cazares. Caso seja oficializado, PODE SER que Papagaio repita os gols marcados na base do Palmeiras, mas no clube que mais investe em apostas no Brasil, o atacante não seria aproveitado?

Confio na capacidade de Levir Culpi em corrigir a desorganização que vivemos há anos, mas caso demore para vermos esse resultado, existe o risco de que as boas peças que contratamos também não mostrem tudo que sabem e podem entregar ao Atlético. Investir em peças para o time titular garante um time forte e time forte traz premiação alta, renda com muitos dígitos e o principal, valoriza as peças que você investiu como aposta, principalmente jovens como Igor Rabello e Guga, além das joias da base que subirão para o profissional sem a pressão de que serão a salvação da lavoura em chamas. Com Alerrandro foi assim e o resultado foi catastrófico.

Em dezembro, na série de entrevistas para diversos veículos de comunicação, Sette Câmara foi bem e, ao comentar sobre reforços, destacou a necessidade de um perfil mais “cascudo” para as competições que teremos pela frente. Fomos bem no mercado, trouxemos nomes promissores, boas apostas, mas ainda faltam os nomes cascudos desejados pelo chefe. Caso não saia ninguém, o Atlético precisa de, no mínimo, dois titulares, dois nomes que farão Ricardo Oliveira, Cazares, Chará e Luan perderem noites de sono temendo o banco de reservas. Na minha cartinha de natal, pedi uma cornetinha de presente e fui atendido, presidente. Começamos o ano aplaudindo os investimentos e fazendo ecoar o som da corneta. CADÊ O MEIA E O ATACANTE?

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