QUAL DEVE SER O PRIMEIRO REFORÇO DO GALO PARA 2020?

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Quando a temporada de 2018 acabou, os atleticanos tinham a fórmula certa para que o Galo conquistasse resultados melhores em 2019. O ponto de partida para a reformulação era o sistema defensivo, já que Gabriel não fizera uma boa temporada, Iago Maidana não emplacou e Leonardo Silva planejava a aposentadoria para o final do estadual.

Após anos sem grandes investimentos na dupla de zaga, o Atlético foi ao mercado e anunciou a contratação do promissor Igor Rabello, além do retorno do ídolo Réver, capitão que ergueu a taça da Copa Libertadores da América. Acertando os últimos detalhes da venda do lateral Emerson, buscou Guga, atleta com o mesmo perfil de seleção olímpica e com grande possibilidade de venda em curto prazo. Com o retorno eminente de Gustavo Blanco, Jair chegava para compor elenco. Analisar a obra pronta é fácil após eliminações doídas e placares frustrantes, mas, na teoria, a montagem da defesa foi acertada, dentro das limitações financeiras do clube.

Com o Brasileiro 2019 perto do fim, seguimos o ritual de figurar entre as piores defesas da competição. O que deu errado? É um efeito dominó e a nascente do erro está no hábito do clube em contratar sem estudar. Frase válida não só para jogadores, mas repetida também na escolha de treinadores. Os responsáveis pelo planejamento não se perguntam se é o técnico que se encaixa no perfil do elenco, se é o atleta que precisamos, na posição que precisamos, com as características que vão contribuir com o estilo de jogo proposto para o período.

“O cenário pode mudar para 2020, Fael”? A instituição não sabe qual é o comandante para a próxima temporada, então seguimos o roteiro melancólico do NÃO VALE A PERNA VER DE NOVO. Aparentemente, quem contratou Mancini torcia por um desempenho fantástico para validar a continuidade do treinador, o que não aconteceu. Todos os clubes que já garantiram a permanência na série A do futebol Brasileiro em 2020 estão no mercado, mesmo que por trás das cortinas. Se o Atlético está, para quem ele vai reforçar o elenco? Para o profissional que opta por um futebol ofensivo ou reativo? Estamos em desvantagem pela situação financeira e nos esforçamos muito para aumentar essa distância em relação aos adversários.

Mesmo que abra negociação com bons jogadores, a chance de triturar dinheiro em vão aumenta quando você não tem critério para a escolha. Se vai contratar por estar livre no mercado ou por existir a possibilidade de escambo, já demos o primeiro passo para figurar entre as piores defesas novamente. Inchamos o grupo e deixamos um banco de reservas inoperante à disposição do técnico, que receberá a culpa por não conseguir mudar um jogo. Ele não escolheu nenhuma daquelas opções, fará substituições para cumprir o protocolo, mas sabe que serão nulos em campo. O discurso de DNA Alvinegro, tão repetido pelos últimos profissionais, é algo raso para ganhar o torcedor e não pode ser usado por dirigentes responsáveis pelo departamento de futebol. Até para crônica de blog é pobre e sem qualquer embasamento repetir algo para agradar os ouvidos na arquibancada.

Pode repetir nos microfones que não é hora de cogitar outro técnico por respeito a Vagner Mancini, mas que a atitude seja outra nos bastidores. O primeiro reforço anunciado deveria ser o técnico para 2020, senão, já torcemos o tornozelo no primeiro passo. Contratado o comandante, partimos para a lista de nomes que treinam na Cidade do Galo e não interessam ao chefe, qual é a posição carente no elenco, quem está disponível nos setores informados, mesmo que no escambo, e quem chegar na ponta do funil com as características ideais para o dono da prancheta, senta na mesa de negociação com o Rui do belo topete. Aprenda com os erros, Galo.

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