Quarentena do futebol, com sintoma de dor de cabeça para o Atlético

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Lá se vão quarenta dias desde a última partida disputada pelo Atlético. Se o torcedor já não aguenta mais tanta saudade do calor da arquibancada, nos bastidores, os dirigentes já enfrentaram alguns incêndios nessa quarentena e mais chamas estão por vir.

Nathan mirou Dudamel e acertou o presidente quando o treinador venezuelano respondeu às críticas do meia e envolveu o mandatário nas dificuldades encontradas no Brasil. A novela causou um mal-estar desnecessário para os atletas e dirigentes. A paralisação do futebol se estendeu e o dinheiro em caixa diminuiu. A Auto Truck pagou apenas 50% dos valores previstos para o período e a Multimarcas Consórcios suspendeu integralmente o contrato por dois meses, já que as empresas têm tido pouca visibilidade sem a disputa dos campeonatos.

Com a corda no pescoço, mesmo após a redução salarial de 25% para jogadores e funcionários que recebem acima de cinco mil reais, o maior problema da atualidade tem nome e data no calendário. Até o dia 28 de abril, o Atlético terá que pagar R$12,5 milhões à Udinese, da Itália, pela compra de Maicosuel, em 2014. Sérgio já havia antecipado que parte do dinheiro da venda de Chará ao Portland Timbers estava separado para quitar a dívida, mas o presidente alvinegro lamentou pela impossibilidade de um adiamento do prazo, já que o valor seria importante no período sem receitas para o Galo. Caso não consiga efetuar o pagamento, o Atlético pode perder três pontos na disputa do próximo Brasileiro. A dívida pelo lateral Douglas Santos, também com a Udinese, ainda é um fantasma que assola o clube e deverá ser outra pedra no sapato em breve.

Na Justiça do Trabalho, dois atletas pouco utilizados pelo elenco aumentaram a lista de dores de cabeça na quarentena. A rescisão de Maicon Bolt ainda não apareceu no Boletim Informativo Diário da CBF, mas já vive seus primeiros capítulos na Justiça. O jogador contesta salário e direitos de imagem atrasados, tempo de contrato, luvas, premiação e indenização. Já o goleiro Uilson, formado nas categorias de base do clube, acionou a Justiça do Trabalho requerendo R$1,6 milhão por diferenças salariais, férias não gozadas, entre outras reivindicações. Segundo a defesa do atleta, o número excessivo de lesões e cirurgias têm dificultado na tentativa de buscar clubes interessados no jogador. Recentemente, o fisioterapeuta Rômulo Frank e o observador técnico Marcelo Faria também acionaram o Atlético na Justiça do Trabalho.

Sem previsão para o retorno do estadual ou início do Brasileiro, incertezas quanto às receitas com bilheterias em período de pandemia, congelamento do crescimento de sócios logo após o lançamento das novas modalidades, dívidas inadiáveis na Fifa e a avalanche de processos que se inicia, a listinha de reforços de Jorge Sampaoli vai perdendo lugares na fila de prioridades. Após tantas mudanças, eliminações, demissões e paralisação, terminar a temporada respirando nesse momento já é um grane troféu.

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