
A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense se posicionou sobre as postagens em redes socais de alguns torcedores do Atlético no último final de semana. Após o empate de 3 a 3 do Galo com a equipe de Chapecó, atleticanos ironizaram no Instagram o acidente que matou 71 pessoas em 2016. Na nota postada em uma página no Facebook, a associação afirma que é doloroso saber que vem das arquibancadas e redes sociais “manifestações de desprezo a vida e pedidos para que novos acidentes ocorram” e que sabe que é uma minoria, mesmo assim, cobra punições da CBF para esse tipo de atitude.
Veja algumas publicações de torcedores abaixo.
Logo após as primeiras mensagens começarem a circular na internet, o zagueiro da Chapecoense Fabrício Bruno publicou em sua conta no Twitter um comentário. “Aos torcedores atleticanos que estão desejando que aconteça novamente o que aconteceu no passado recente, só peço a Deus pra abençoar a vida de vocês” – escreveu o jogador.
Infelizmente, não foi a primeira vez que torcidas adversárias ironizam o acidente. Em abril de 2017, um grupo de torcedores do Criciúma cantaram “ão, ão, ão, abastece o avião” em uma partida contra a Chapecoense pelo Campeonato Catarinense. No início deste ano, alguns torcedores do Nacional do Uruguai abriram os braços e imitaram avião após o seu time vencer a Chape na Arena Condá, pela primeira fase da Libertadores. A Associação fez um apelo para que atitudes como essas não ocorram mais.
Leia a nota completa da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense:
ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES E AMIGOS DAS VÍTIMAS DO VOO DA CHAPECOENSE
Hoje fazemos um apelo. Afinal, não foi a primeira vez, nem a segunda, mas, do fundo do coração, queremos que seja a última.
É inaceitável que, alguns torcedores do Atlético Mineiro, assim como já haviam feito representantes das torcidas do Nacional-URU e Criciúma, se refiram de forma jocosa, nojenta e desrespeitosa ao acidente conhecido como Tragédia da Chapecoense”.
Gostaríamos que fosse mentira, mas não é. O acidente do dia 28 de novembro de 2016 foi real e matou 71 pessoas. A queda daquele avião levou pais, maridos e homens de família que nunca mais voltaram para as suas casas.
Por isso, é doloroso saber que vem das arquibancadas e redes sociais, logo elas, que nos confortaram com lindas homenagens no período mais agudo da nossa dor, as tristes manifestações de desprezo a vida e pedidos para que novos acidentes ocorram com os jogadores da Chapecoense.
Será que além do trauma causado às nossas famílias, que jamais estarão completas novamente, seremos obrigados, também, a conviver com esse comportamento cruel e nocivo todas as vezes que a Chapecoense entrar em campo?
Sabemos que se trata de uma minoria, que nem de torcedor deveria ser chamado, mas, uma vez que a Confederação Brasileira de Futebol e o Tribunal de Justiça Desportiva intervenham com duras punições, temos certeza que se calará a voz dos covardes.
Em nome dos que se foram naquele acidente, do nosso luto e da dignidade de famílias que tentam se reconstruir, pedimos providências para que parem de brincar com a nossa dor.
Fabienne Belle
Presidente AFAV-C