QUEM É O PRÓXIMO ÍDOLO QUE BUSCAREMOS NO AEROPORTO?

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FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO

Eu estava lá! Um sol para cada atleticano em Confins, muito calor e anúncio de voo atrasado. Até a volta do ídolo é sofrida por aqui? O atraso serviu para a turma resenhar e contar lembranças sobre as outras vezes em que Diego Tardelli desembarcou em Belo Horizonte. “Lembra da flanela limpando a taça?”, perguntava o cara da organizada. “Adorei quando ele passou a metralhadora para o Ronaldinho”, respondeu a senhora. Pausa no assunto, pois a chegada do avião sinalizava que era hora de carregar Tardelli nos ombros, como aconteceu com Zé do Monte, Ubaldo, Reinaldo, Marques e tantos outros. A presença de ídolos é necessária nas páginas do futebol.

Quais serão os próximos? Passamos por um longo período de Marques dependência. Desde a chegada do Calango, Guilherme chegou ao posto e desceu na mesma velocidade. Ano após ano, Gilberto Silva era figurinha carimbada nas mirabolantes listas de especulações, tudo para a confirmação de que estaria entre os grandes da história. Campeão da Libertadores em 2013, Giba justificou os anos de espera e nem o processo na justiça apaga o feito do atleta.

Mesmo quando Marques já não conseguia entregar tanto, a Massa comemorava as voltas e pedia pela presença em campo. Foi assim até o desfecho com chave de ouro no Mineirão lotado, gol e taça em 2010. Veio a geração de ouro e o boom de nomes eternizados após conquistas com roteiros fantásticos nas temporadas de 2013 e 2014. Para a alegria da arquibancada, a maioria deles demorou a se despedir do clube. A ironia é que Tardelli foi um dos primeiros, logo após a conquista da Copa do Brasil 2014.

Os anúncios de aposentadoria começaram a surgir. Pierre, Leo Silva, Júnior César, Gilberto Silva, Josué, Ronaldinho Gaúcho penduraram as chuteiras, não havia mais nem como cogitá-los por aqui. Mesmo que em idade avançada, os nomes de Dátolo (35 anos) e Leandro Donizete (37 anos) ainda são lembrados por torcedores e até especulados, como no caso do argentino, que cogitou voltar e teria sido barrado por Levir Culpi. O desejo parece loucura, mas a loucura anda lado a lado com a razão nesse esporte.

Aos 34 anos, Tardelli teria sido o último grande ídolo com possibilidade de retorno imediato? Provavelmente! Valorizados no futebol europeu, a tendência é que Douglas Santos (25 anos) e Bernard (27 anos)  não voltem ao país antes dos trinta anos. Apesar de ficar livre na próxima janela de transferências, Jemerson (27 anos) também deve permanecer na Europa, Marcos Rocha (31 anos) não dá indícios de sair do Palmeiras e Jô (32 anos) tem contrato no Japão até 2022.

É urgente a necessidade de “criação” de novos ídolos para o Atlético. O ideal é que a transição aconteça em um cenário como o atual, no final de ciclo de um ícone para alívio de quem assume o bastão. Não há o fardo de ser o “novo Tardelli”, “novo Victor”, pois eles ainda estão no gramado. A única certeza é que a vaga não pode ficar livre. Contra a Caldense, no Mineirão, Robson, conhecido por ser o sósia do Ronaldinho em eventos, circulava pela arquibancada quando foi cercado por muitas crianças. Os gritos de ‘Ronaldinho, Ronaldinho’ indicavam que o gênio (original) marcava presença no Mineirão. Como elas poderiam estar tão empolgadas? A idade variava entre cinco e dez anos, nenhum deles tem qualquer lembrança do camisa 10 erguendo a Libertadores nos gramados daquele estádio. Essa é a melhor explicação para a importância de um grande ídolo.

Enquanto continua a busca por esse novo nome, chegamos a elevar o nível de quem pouco fez por essas bandas, como Lucas Pratto e Róger Guedes, apesar do potencial de emplacar definitivamente em caso de uma nova passagem. Que inicie o processo de seleção para os nomes que estarão nos cartórios em registros de bebês que chegam ao mundo. Ídolos são necessários!

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