Rafael escolheu o Galo em busca de protagonismo, mas deve amargar a reserva novamente

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

No início de março o Atlético anunciava a contratação do goleiro Rafael, que deixou o Cruzeiro após 17 anos no clube. Rafael amargou a reserva para Fábio por uma década inteira praticamente. Entretanto, nas vezes em que teve chance, assumiu a meta cruzeirense com protagonismo e qualidade, sempre sendo visto como o herdeiro da posição do goleiro Fábio. O cenário mudou após a queda do clube para a série B. Com graves dificuldades financeiras, Cruzeiro e Rafael fizeram um acordo liberando o goleiro, que foi buscar protagonismo na equipe atleticana. E com a fase complicada de Victor, até então reserva de Michael – que também não conseguiu se firmar – o caminho estava livre para o arqueiro assumir a titularidade da equipe de Jorge Sampaoli.

O “problema” para Rafael nessa história é que o atual técnico do Atlético utiliza uma tática em que o goleiro necessariamente saiba jogar com os pés, um estilo de jogo que pouquíssimos treinadores no futebol brasileiro utilizam. Como chegamos a trazer aqui no Deus me Dibre em diversas ocasiões, Jorge Sampaoli cobrou a contratação de um goleiro desde a sua chegada – cobrança essa que só parou com a chegada do goleiro Éverson, em setembro deste ano. A ideia de jogo do técnico consiste em um goleiro com facilidade em atuar com o pés e que ajude em uma saída de bola trabalhada.

Rafael foi titular com Sampaoli em todas as partidas até a derrota para o Santos no dia 09 deste mês. Na ocasião o Atlético havia acabado de contratar o goleiro Éverson, exatamente do clube santista, e já começou uma pressão para o atual camisa 1 do Atlético. E para o azar do goleiro, nesta partida contra o Santos, Rafael foi expulso após um erro de passe de Mariano que recuou errado e o goleiro, muito adiantado, fez falta em Marinho quase no meio de campo, isso com apenas 20 minutos do primeiro tempo. O Atlético perdeu a partida por 3 a 1 com falhas de Victor, que entrou em seu lugar e fez uma péssima partida.

No jogo seguinte contra o Red Bull Bragantino, Éverson chegou assumindo a titularidade. O Atlético venceu por 2 a 1 e o goleiro fez uma boa partida, principalmente na saída de bola, mostrando , de fato, muita qualidade ao jogar com os pés. Na partida seguinte Rafael havia cumprido a suspensão e poderia ser escalado, existia a dúvida entre os torcedores, mas eu já havia trazido aqui uma informação importante: Éverson veio para ser titular, na cabeça de Sampaoli não existia nenhuma dúvida quanto a isso. E não deu outra, Éverson atuou contra o Atlético Goianiense e apesar de sofrer 3 gols na vitória do Galo por 4 a 3, o goleiro não teve culpa em nenhum dos 3 gols sofridos e fez pelo menos duas defesas espetaculares, dando confiança inclusive para o torcedor, que não queria a sua contratação, até mesmo por conta do bom desempenho de Rafael anteriormente com a camisa atleticana.

Opinião: Rafael é um excelente goleiro e estava fazendo grandes partidas com a camisa do Atlético. Era nítido a dificuldade em atuar com os pés, apesar de não comprometer, mas a questão é que para Sampaoli, apenas não comprometer não é o suficiente. Hoje o Atlético conta com dois excelentes goleiros e claro, com o Victor como terceiro goleiro em fase final na carreira, mas sempre será um grande ídolo. Quem tem a ganhar com essa disputa é o próprio Atlético, que nesta posição, na minha opinião, é o clube mais bem servido do futebol brasileiro com sobra. Que Rafael tenha paciência, pois com o tempo tudo pode mudar, mas hoje ele será sim novamente reserva de outro goleiro. E pelo o que tive de informação, os dois goleiros tem se dado muito bem e o que importa é o Atlético bem, vencendo, desta forma absolutamente todos irão ganhar.

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