FOTO : PEDRO SOUZA / ATLÉTICO
O zagueiro Réver desabafou sobre as críticas que vem recebendo no Atlético-MG. Em meio à iminente saída de Jorge Sampaoli, o zagueiro foi apontado por torcedores como um dos responsáveis pelo desgaste do técnico argentino com o elenco. Incomodado com as afirmações, o defensor de 36 anos se manifestou na manhã desta sexta-feira (19) por meio de entrevista coletiva na Cidade do Galo:
“Não é possível que isso venha acontecer. A gente fica assim chateado também, por tudo que gera, por tudo burburinho que colocaram nesse período pós-jogo de Bahia. É inadmissível você estar um certo tempo sem uma conquista tão importante para o clube, e faltando tão pouco para você alcançar esse objetivo, não só dos atletas, e sim de milhões de torcedores, de uma diretoria que não mediu esforços para pudesse isso acontecer, e você escutar que jogador está deixando de correr por vaidade. Infelizmente tem pessoas que querem se aproveitar da situação. Porque há duas semanas atrás você não via falar que o Atlético, jogadores estavam deixando de correr dentro de campo. Então, é inadmissível sabe. E se tivesse algo desse tipo, você pode ter certeza que essa pessoa, o atleta, seria cobrado de uma maneira muito ríspida. Porque o que move o atleta são as conquistas, E você estar tão próximo de uma conquista, você deixar de alcançar esse maior objetivo, que é o ápice da carreira do jogador, é inadmissível”, afirmou.
“E isso realmente não aconteceu. É inverdade de pessoas de mau caráter. Eu posso dizer isso. Porque o meu nome esteve muito envolvido nisso aí, e eu nunca precisei disso na minha carreira para eu chegar aonde cheguei. Muito pelo contrário, me dediquei muito, tive que correr muito atrás dos meus sonhos, dos meus objetivos. Então é uma pessoa de mal caráter que faz isso que acredito que não deve ser atleticano. Não deve ser torcedor do Atlético. Porque o torcedor do Atlético verdadeiro não está dizendo isso. Porque tem tantos anos que o Atlético luta por esse título, Eu particularmente não lembro, o ano que o Atlético brigou do início ao fim no Campeonato Brasileiro, que ficou, permaneceu entre os quatro da competição. Isso que eu me lembro foi em 2012. Depois eu particularmente não me lembro. Posso estar sendo ignorante a esse ponto de dizer que não me lembro. Mas, como eu disse, é uma pessoa de mau caráter, que não é torcedor do Atlético, você pode ter certeza disso. Então aqui não vai faltar vontade de correr dentro de campo, pelo contrário. A gente está aqui, a gente é profissional e acima de tudo a gente tem caráter. Então essas pessoas que andam falando isso aí, para mim não é torcedor e muito menos de caráter”, acrescentou.
Réver ainda avaliou a possível saída de Jorge Sampaoli. O técnico não deve permanecer no Galo ao fim da temporada. Ele tem uma proposta do Olympique de Marselha, da França, e negocia para assumir o clube ao fim do Campeonato Brasileiro, que se encerra em 24 de fevereiro. Mesmo que o argentino tenha dificuldades de relacionamento com o plantel e também com membros do departamento de futebol, o veterano lamentar o seu precoce adeus.
“Sobre a questão do treinador, se realmente vier a se concretizar, a gente vai sentir muito a perda do Sampaoli. Até porque, foi um cara que acabou implantando uma filosofia, uma maneira, um estilo de jogo, que todo mundo aí fora cobra mas ninguém quer pagar o preço. E ele aqui, ele acabou fazendo isso. Então, se vier a se concretizar a gente vai sentir bastante a ausência dele. Mas a gente sabe que talvez possa ser o melhor para ele. Todo mundo tem que se sentir feliz aonde quer que esteja. Mas volto a frisar, para a gente seria uma perda muito grande”, declarou.
Jogador mais experiente do time considerado titular, o zagueiro também apontou o que custou ao Atlético a conquista do torneio nacional, que o clube não alcança há 50 anos.
“Eu acredito muito que a maior explicação na minha visão é que alguns jogos não somente fora de casa, alguns tropeços dentro de casa como alguns empates acabaram fazendo com que a gente ficasse no meio do caminho, As vezes o jogo fora de casa, considerado com alguns times que infelizmente ou felizmente não vão brigar por muita coisa na competição a gente acabou tropeçando, Isso acaba fazendo toda diferença. Os jogos maiores onde te cobrava uma exigência maior nas partidas a gente conseguiu fazer bem. E em outros jogos onde talvez a gente deveria ter esse nível de concentração maior a gente acabou pecando e não saindo com a vitória. Que infelizmente o campeonato é decidido nesses pequenos detalhes. Detalhes que hoje a gente pode dizer que fez toda diferença por não ter conseguido esses pontos importantes”, concluiu.