
FOTO : PEDRO SOUZA / ATLÉTICO
Rodrigo Caetano chegou ao Atlético no início do ano, quando o time ainda era comandado por Jorge Sampaoli. O diretor de futebol, veio para substituir Alexandre Mattos, até então, tido como o melhor do Brasil, na sua função.
Rodrigo, gaúcho, nascido em Santo Antônio da Patrulha, chegou com um jeito mineiro de ser. Calado, sem aparecer muito para as câmeras, e para a torcida, foi conhecendo o dia a dia do Atlético, os funcionários, entendo as rotinas, os processos, para aí sim, começar a implantar sua forma de trabalhar.
Com o apoio do presidente Sérgio Coelho e o órgão colegiado, intitulado de 4Rs, vem transformando o Atlético, cada dia mais, num clube profissional, gerido como uma verdadeira empresa.
Na última segunda-feira (06), Rodrigo Caetano participou do programa Bem Amigos!, e relatou, que suas funções dentro do Atlético, são muito mais do que apenas contratar jogadores.
Às vezes não é muito difundido as nossas missões e atribuições. Parece realmente, que somos limitados a sermos formadores de elenco. É muito mais do que isso. Na verdade, o que trouxe nossa maior visibilidade, foi que os clubes brasileiros hoje, eles não pensam na hipótese de não ter um profissional. Não é só um diretor executivo de futebol que trabalha nessa questão da gestão. Os clubes de melhor condição, como é o nosso caso, tem gerente, supervisor, supervisor de logística. São muitos os profissionais. Mas, o executivo, ele realmente tem como missão, essa liderança de pessoas. Formação de pessoas, não só formação de times. Dar todo esse suporte para a comissão técnica, se comunicar com os outros departamentos do clube. Porque, você se comunica com o marketing, financeiro, com o CEO do clube, que muitos hoje também já possuem, e se relaciona também com as outras entidades. Não só os clubes, como confederações, federações. São muitas as atribuições.
Rodrigo, ex-jogador de futebol profissional, fez questão de citar, que fez vários cursos para se capacitar para poder exercer a o cargo que possui hoje no Galo.
No que diz respeito a formação, eu fui atleta profissional durante 14 anos. Mas, eu tenho formação em administração de empresas, tenho MBA em gestão de empresarial. Acabei agora, dois meses atrás, o curso de executivo de futebol da CBF Academy, que hoje também forma profissionais dessa área. E creio eu, que vai ser uma exigência ali na frente, assim como hoje, é exigência dos técnicos do futebol, no que diz respeito a licença. Não sou apenas um contratador, sou muito mais do que isso.
Questionado sobre as suas intervenções públicas, para reclamar sobre a arbitragem no campeonato brasileiro, Rodrigo disse que o Atlético buscou sempre, ao longo da competição, defender seus interesses, visando com que os critérios dos árbitros fossem mais claros, não para ajudar o clube, mas sim, para não o prejudicá-lo.
A grande maioria das minha intervenções públicas, quando tive oportunidade, foi na busca de que os critérios fosse mais claros. Porque, nós investimos nisso. Nós temos palestras, e principalmente, consultores de arbitragem, para informar, cada um esses critérios, que a gente modifica, muito rapidamente, a questão da orientação. Isso é uma coisa. E no mais, que nós profissionais, também estejamos, nas discussões relacionadas ao futebol, junto à confederação, por exemplo em questão de calendário, em questão de regulamento de competições. Mas eu acho que isso, a CBF tem feito, tem chamado para dentro, e tem ouvido mais os profissionais.
Durante o brasileiro, Rodrigo Caetano se envolveu num episódio de reclamação contra a arbitragem, no jogo contra o Santos, no Mineirão, em que o juiz relatou em súmula, que o diretor de futebol teria dado socos e pontapés na porta da sala de operações do VAR. O dirigente aproveitou para se defender, esclarecer o fato.
Nesse episódio, que nós vencemos inclusive. Foi contra o Santos. A nossa indignação, foi justamente pela fala de critério. Daí, para aquilo que eu fui acusado na súmula, tem uma distância. Uma distância gigante. Porque, foi citado meu nome como identificado por algum segurança. É disso que eu estou me defendendo. Já teve o primeiro julgamento. E agora, eu estive sob uma liminar, e quando julgado de novo, nosso departamento jurídico vai defender, para comprovadamente, tomara Deus, fique claro que eu não tive qualquer participação nisso. Além, da reclamação, que ela foi pública, ela foi também junto ao árbitro, que não relatou nenhum tipo de ofensa naquele jogo, pelo menos da minha parte. Todas vez, que no clube que eu estiver, eu me sentir prejudicado, eu tenho, não só que registrar, mas também, apontar uma possível solução.
Ainda sobre a arbitragem, que foi muito questionada por todos, no Brasileirão, Rodrigo aponta que, a grande solução para o problema, é a profissionalização dos árbitros e pede para que isso seja amplamente discutido, visando uma melhora no nível das arbitragens no Brasil.
Aproveitando questão da arbitragem, temos que discutir mais profundamente a questão de profissionalização da arbitragem. Eu penso, que nós devemos ter um ranking, em relação às várias divisões que temos, e tem que haver um investimento. Na minha visão, a Confederação Brasileira de futebol, tem condições suficientes, de melhorar a preparação de nossos árbitros. Porque nós, temos relação com muitos deles, e muitos nos reclamam, que eles tem que fazer um investimento elevadíssimo, na sua preparação. O único agente do jogo, que não é profissional ainda, remunerado, não é sua primeira profissão, é o árbitro. Atletas, nós dirigentes, profissionais de imprensa, treinadores, enfim, todos são. Cuca esses dias também defendeu isso. Contaria muito com o apoio de todos, para nós discutirmos essa possibilidade futura, que eu acho que elevaria muito o nível da nossa arbitragem.