RUI COSTA ADMITE ERROS E DESTACA HERANÇA DEIXADA NA BASE

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Rui Costa, ex-diretor de futebol do Atlético, participou de uma transmissão ao vivo no canal do jornalista Nicola, comentarista na ESPN, e abordou diversos assuntos sobre o período em que trabalhou no clube. Ainda em Belo Horizonte e sem poder retornar a Porto Alegre devido às limitações de locomação com a pandemia de coronavírus, Rui lamentou a saída do cargo e, ao avaliar o trabalho nos dez meses como diretor, afirmou que foram mais acertos que erros na função.

Durante a transmissão, Rui admitiu que teria se precipitado nas primeiras contratações, se referindo à chegada dos estrangeiros Lucas Hernández e Ramón Martínez. Comparando ambos com o zagueiro Gabriel, que esteve no Botafogo por uma temporada e retornou como titular, o ex-diretor acredita que um possível empréstimo a outros clubes poderia contribuir para um retorno dos profissionais com maior bagagem no futuro. Em outro momento da entrevista, Rui pediu para complementar o pensamento sobre os reforços anunciados em 2019.

“Esses jogadores podem jogar no Atlético, serem fundamentais na conquista de títulos e o erro se torna um acerto. O que eu reflito muito é que talvez eu pudesse ter esperado um pouco mais, talvez eu pudesse ter segurado um pouco a pressão da contratação. Talvez eu tenha errado, porque não seria justo com dos seres humanos. Esse é um erro que me foi cobrado muito porque os jogadores realmente, nas vezes que jogaram, não foram bem”.

Ao analisar as contratações na montagem do atual elenco, Rui Costa entende que houve equilíbrio entre a chegada de atletas promissores, citando Mailton e Savarino, e peças com experiência, inclusive no exterior, como Arana e Allan, com passagens por Espanha, Itália e Inglaterra, respectivamente. Segundo Rui, a folha salarial de 2020 chegou a ficar dois milhões mais barata em relação à de 2019, porém, com as últimas contratações, o valor ficou equivalente. Para o ex-diretor, a maior herança deixada nos dez meses de Cidade do Galo é a renovação das categorias de formação do clube.

“Acho que deixamos um trabalho importante na base, Nicola. A base do Atlético é fundamental, é uma marca do Atlético. Ali a gente teve que trabalhar bastante, sem nenhuma crítica a quem me antecedeu, mas foi um departamento que nós nos debruçamos muito e eu digo que trabalhar em base é como fazer saneamento básico, não se vê, mas é fundamental. Só se vê depois de alguns anos”.

Ao relembrar o telefone do presidente anunciando a demissão após a eliminação para o Afogados, pela Copa do Brasil, Rui confirmou que o time cogitou o pedido de permanência do diretor e comissão técnica, ideia que teria sido rejeitada pelo próprio profissional, que confidenciou também a intenção de Marques em entregar o cargo, independente da decisão de Sette Câmara. Avaliando o trabalho de Dudamel, a inexperiência no dia a dia de um clube foi apontada como principal dificultador no curto período em Minas.

“Era a primeira experiência dele em clube e isso era algo que eu dizia muito a ele. Quando eu não falava, o Marques falava, a gente combinava muito isso para não ficar sempre a mesma coisa. Eu e o Marques fomos muito próximos dele para que ele pudesse entender rapidamente que treinar uma seleção é uma coisa e treinar um clube brasileiro que tem um calendário tão grande e que tem jogadores de outra hierarquia é mais complicado”.

 

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