RUI COSTA: CIDADE DO GALO, TÉCNICO E REFORÇOS

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IMAGEM: REPRODUÇÃO TV GALO

Em vídeo publicado no canal da TV Galo, no Youtube, o diretor de futebol Rui Costa conversou com Felipe Ribeiro, da TV Galo, e Cláudio Rezende, da Rádio Itatiaia, e falou sobre desafios futuros, a ansiedade por reforços e a chegada de um novo técnico, além das diversas experiências já vividas no clube.

Não é raro encontrarmos torcedores nas redes sociais associando a ausência de reforços anunciados à presença frequente do diretor de futebol no centro de treinamento. “Como vai conseguir contratar alguém se não sai de Belo Horizonte”? A resposta de Rui Costa é interessante se pensarmos que a função de um diretor vai além dos contratos nas janelas de transferências. “Imergir” no clube para entender o que não se vê à distância é um tema que certamente não terá alarde nas redes sociais, mas que pode ser de extrema importância a longo prazo para a instituição. Sair como um forasteiro pelo mundo sem saber como realmente está o meu quintal? Rui quis bater de porta em porta na Cidade do Galo e fazer aquelas perguntinhas de chefe. Como funciona esse setor? Qual é a sua função e como podemos trazer melhorias? Entender a engrenagem ajuda na missão de fazer o motor funcionar com excelência.

Certamente, Júnior Chávare foi contratado para comandar as categorias base após a imersão de Rui na área tão citada por Sérgio Sette Câmara desde a primeira entrevista como presidente do clube. Marques assumiu a função em janeiro de 2018, substituiu Alexandre Gallo entre os profissionais, ainda em 2018, passou para a função de gerente de futebol e ficamos com a interrogação de quem respondia pela base. O nome do zagueiro Leonardo Silva chegou a ser especulado como futuro responsável, logo que pendurasse as chuteiras, mas Chávare foi anunciado nesta semana para mostrar que a intenção é tratar o setor sabendo que essa pode ser a luz no fim do túnel para o futuro.

Quase não havia contato entre Rodrigo Santana e Levir Culpi, atletas seriam convocados para participar dos treinos do profissional sem a consulta ao treinador do sub-20. A troca de experiências e diálogo seria apenas um discurso para inglês ver. Que Chávare, Rui e Santana consigam corrigir o erro na continuidade da temporada e que a fórmula seja mantida no futuro, independente de quem esteja no comando do futebol.

Rodrigo Santana foi nome frequente nos onze minutos de entrevista. Rui cita o jovem treinador como o perfil que já interessava antes do diretor assumir o comando do futebol no Atlético e lembra que Santana foi assunto na reunião com Sette Câmara como um profissional pinçado pelo próprio presidente pela qualidade demonstrada em outros trabalhos. Nas entrelinhas, percebe-se que não há pressa em contratar outro técnico apenas para por fim às perguntas da imprensa sobre a interinidade do atual comandante. E ‘CASO’ venha outro treinador, diretor e presidente deixam claro que ele teria que entender a importância de Rodrigo no processo. O que isso significa? Que processo é esse? O futuro técnico contratado com ou sem comissão pré-definida será informado sobre o papel de Rodrigo já na mesa de negociação. A diretoria entende que perder toda a evolução de Santana em diversas áreas de montagem do time é dar passos para trás. Combinações de peças que funcionaram ou não em determinadas posições, comportamento de bastidores e lideranças positivas, a sequência suportada por cada atleta na árdua logística semanal, entre outros fatores percebidos no dia a dia de trabalho no CT.

Além da ida ao mercado para a procura de treinador, Rui Costa comentou sobre contratações, assuntos que arrepiam torcedores de todas as idades. Usou o termo “injustiça com o elenco” ao se referir à prática de anúncios de reforços em massa para jogar balde de água fria em momentos de crise. Citou ainda que nomes aproveitaram o período de mudanças no clube para se valorizarem no mercado. Ótima frase para aquele atleticano viciado em especulações. Nós, que mastigamos com voracidade qualquer notícia apenas por não contermos a ansiedade por ver um elenco qualificado, somos peões no xadrez de empresários e agentes da área. Ficaremos vacinados? Não! Somos viciados em manchetes sensacionalistas, mesmo que tenhamos a certeza de que somos enganados. É questão de tempo para que vejamos fios brancos naquela cabeleira preta do Rui Costa.

Rui parece dar passos firmes no começo de uma longa caminhada. Entende de futebol, aparenta estar motivado e pode ser o nome que manterá o presidente responsável apenas pela caneta, já que tem Marques para fazer tabela nos vestiários. Nós gostamos apenas das contratações apresentadas com a camisa 10 em coletivas na Cidade do Galo, mas, sem muito alarde, o diretor de futebol pode ser, a longo prazo, o grande reforço da temporada 2019.

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