SE VOCÊ QUER UM GALO FORTE, VOCÊ QUER UM GALO COM CAZARES

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

A relação entre Atlético e Cazares nasceu conturbada e, ainda hoje, oscila entre o amor e o ódio. Após o anúncio da contratação pelo presidente Daniel Nepomuceno, Banfield e Atlético viveram uma batalha judicial para garantir Juanito no Galo sem o pagamento de 15 milhões de dólares aos argentinos. A história é longa e o blog chama Deus Me Dibre, não é Vale A Pena Ver De Novo, então pesquise aí no Google como foi o desenrolar dessa história.

Atraso em reapresentação e transmissões de resenhas particulares em horários inoportunos contribuíram para que o equatoriano sentisse na pele a total bipolaridade do atleticano entre as vaias no anúncio da escalação e os aplausos após lances mágicos. Ao ser questionado sobre a importância de Cazares no elenco, o atleticano cobra mais regularidade nas grandes apresentações e cita a necessidade de conquistas expressivas para poder dizer com convicção que o camisa dez é craque.

Irregularidade se tornou palavra comum na Cidade do Galo. Difícil exigi-la apenas de um jogador, sendo que a principal característica coletiva nos últimos anos é a instabilidade no rendimento dos atletas em diferentes momentos da temporada. Em Minas, Juanito já trabalhou com oito treinadores e seis diretores no período de três anos, evidenciando que essa irregularidade pode ser reflexo do que vemos fora das quatro linhas.

Receber duras críticas não é exclusividade do camisa dez. Vez ou outra, cito aqui como temos uma gaveta cheia de respostas prontas para os momentos ruins de atletas e treinadores. Leo Silva será o idoso fazendo hora extra, Victor vive do passado, Elias quer mesmo é jogar no Corinthians, Ricardo Oliveira se mantém apenas pelos discursos bonitos, o técnico interino é o estagiário de pouco conhecimento e Cazares será sempre o irresponsável da concentração. Será coincidência nossos principais jogadores estarem marcados pelos altos e baixos desde o início da temporada 2016?

Faça um teste. Escolha qualquer nome, em qualquer posição, que tenha atuado pelo Atlético após janeiro de 2016. Certamente sua memória buscará a lembrança desse jogador escolhido sendo alvo de críticas da torcida e imprensa em determinado período, seja estrela, como Robinho, ídolo, como Victor, ou promessa da base, como Alerrando. Ninguém escapa e Cazares é mais um da lista.

Com trinta e seis gols marcados, Juan Ramón Cazares Sevillano está a seis gols de empatar com Lucas Pratto como o estrangeiro que mais balançou as redes pelo Atlético. Além dos gols, são quarenta e duas assistências desde a estreia pelo clube. A lenda de omissão em grandes jogos cai por terra ao analisarmos as competições que Cazares anotou gols; são dezenove pelo Brasileiro, três pela Copa do Brasil e oito pela Libertadores. Na competição continental, Juanito é o terceiro maior artilheiro do Galo e o oitavo atleta que mais vestiu a camisa alvinegra na história da competição (23 partidas). Já contribuiu com vinte e duas assistências para gols no Horto e está a sete de empatar com Marcos Rocha, líder do ranking de assistências no estádio.

Jogador de muito talento e bons números, então o que falta a Cazares? Estabilidade… NOS BASTIDORES. Uma surra de estatísticas que poderiam ser ainda melhores com um departamento de futebol organizado e o fim da prática dos treinadores descartáveis. Se você quer um elenco forte, você quer um elenco com Cazares e é bom não discordar, senão ele manda tomar no rabo.

 

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