SECA O Z4, SÓ NÃO ESQUECE O NOSSO GALO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Como toda rivalidade no futebol mundial, a possível queda de outro time da mesma cidade muda a rotina da torcida adversária. Caso se concretize o rebaixamento do Yale, merecidamente, atleticanos farão carnaval pelo país sem data para acabar. Se não acontecer, valeu o pânico azul nas redes sociais infestadas de memes durante a reta final do Brasileirão e segue o jogo. A cada atualização dos sites de estatísticas, delírio na web e, cá entre nós, é aí que mora o perigo.

Eu não quero ser o estraga prazeres da turma, pois também estou cumprindo meu papel de incomodar amigos e parentes e tenho planos fantásticos para 2020, mas precisamos separar um tempo para lembrar que nosso quintal está uma bagunça. Minha teoria é que Sérgio Sette Câmara e Rui Costa seriam os maiores beneficiados por um possível rebaixamento do rival. Se eles montaram um time que briga para não cair quando estavam pressionados, imagina com noventa por cento dos atleticanos bêbados durante trezentos e sessenta e cindo dias por ano?

Até o momento, Rui Costa teve a proeza de gastar um caminhão de dinheiro no lateral que se tornou a quarta opção da posição, anunciou um volante que não emplacou e não garante a titularidade, mesmo com todas as opções do elenco no departamento médico. A cereja do bolo foi a contratação de Vagner Mancini para a reta final da temporada 2020, confirmando a expectativa da torcida de que chegava uma das piores opções do mercado para comandar o Atlético. Repito, Rui tomou essas decisões no segundo semestre mais importante dos últimos anos, disputando a Sul-Americana, Brasileiro e com um clássico pela frente na Copa do Brasil. Imagina sem pressão?

Se você acha que essa não é a melhor hora para discutir o assunto, talvez seja melhor olhar para as folhas do calendário. Chegamos em dezembro, parça! Os shoppings já estão entupidos de pisca-pisca, o ano acabou e o calendário do futebol brasileiro também. Apesar dos anúncios oficiais aguardarem a última rodada do Brasileiro, telefones já tocaram e contratos estão assinados para 2020. Inferniza a vida do teu vizinho que treme, mas não esquece de continuar a pressão do lado de cá. A palavra é essa, com todas as letras: P-R-E-S-S-Ã-O. Esse é o principal benefício das redes sociais quando queremos resposta de uma empresa no século atual. Se nos tratam como consumidores em Lourdes, seremos clientes chatos na próxima temporada.

Olho no Ciará, olho no Vaxcão, olho no presidente que apresentou trinta reforços e consegue citar apenas quatro ou cinco acertos, até o momento. Olho no departamento de futebol que coleciona fracassos, eliminações vexatórias e recordes negativos. Pode provocar, pode secar, pode rir, mas continue exigindo um Atlético organizado dentro e fora das quatro linhas. Nossos dirigentes se esforçaram muito para estarem dentro do Z4, mas o universo do futebol achou que era a hora de realinhar as órbitas dos planetas e nos pagar uma dívida antiga. Mas “apruma” o corpo,  senão em 2020 nós estaremos do lado de lá do balcão, arrepiando a cada boletim dos matemáticos. Não duvide da capacidade dessa dupla.

 

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