SEM GENERAL, AGORA É A VEZ DO CAPANGA ZÉ

Compartilhe

O técnico Micale tentava achar uma solução para o time após a expulsão de Lucas Cândido, estava preocupado com as subidas de Mansur, mas José Welison jogou um balde de água fria nos planos do treinador.

Parece um resumo de Galo e Paraná pelo Brasileiro 2018, mas a cena aconteceu na final da Copa do Brasil Sub-20 de 2012. Micale, treinador do Atlético, perdeu Lucas Cândido e precisava reverter a vantagem alcançada pelo rubro-negro no primeiro jogo. Mansur era um dos destaques do adversário, enquanto o atacante Carlos era o matador alvinegro. Faltava apenas um gol para conquistar o título, mas José Welison, volante que entrou no decorrer da partida, estufou as redes nos últimos segundos do jogo. Vitória campeão.

O tempo passou e eu sofri calado. Cinco anos depois, Zé foi anunciado pelo Atlético para a temporada 2018. Antes disso, foi eleito revelação do campeonato Baiano de 2014 e chegou a jogar de lateral direito com Wagner Mancini.

Em 2015, o Vitória disputou a série B, em 2016 e 2017, os baianos terminaram na 16ª posição pelo Brasileiro da série A. Chegou a hora do Zé pegar um time mais organizado, mais qualificado e mostrar porque é uma das promessas do leão nos últimos anos. Não que o Galo tenha sido referência nos requisitos citados de 2015 a 2017, mas se comparado ao Vitória dos últimos anos, o volante encontrará sim, mais organização e qualidade em Minas Gerais.

Apesar de eliminações e polêmicas em 2018, vimos gratas surpresas que renderam cifras aos cofres do clube. Bremer mostrou evolução e aproveitou o momento ruim dos concorrentes de posição para receber aplausos dos atleticanos e ofertas dos europeus. Róger Guedes passou de moeda de troca do Palmeiras a odiado pela Massa. Fechou o semestre como destaque do Brasileiro e alvo de vários países na janela de transferências.

Na lista de boas surpresas, nem todos renderam grana, nem todos deixaram o Atlético. Luan está entre os jogadores que mais entraram em campo na temporada, não se associa mais as lesões ao atleta e Thiago Larghi pode contar sempre com o maluquinho.

Agora é a vez de José Welison surpreender. Quem se empolgou com a apresentação do volante com cara de capanga de prefeito de interior na Cidade do Galo? Eu não! Veio o confronto contra o Grêmio com atuações desastrosas de quase todos os estreantes, menos um. O Zé! Com bom desempenho contra o Palmeiras e elogiado na partida contra o Paraná, o volante faz o torcedor imaginar um novo esquema com dois “pegadores” no meio, fugindo da característica da equipe de Thiago Larghi.

Assim como Bremer aproveitou a crise no setor, Zé foi escalado após a lesão de Adilson e, até então, seria apenas o substituto imediato, mas se continuar com boas apresentações, certamente será o pedido número 1 das arquibancadas. A dupla com mais pegada no meio seria a solução para uma das piores defesas do campeonato? Talvez. Para que isso aconteça, é preciso que Adilson esteja à disposição. O teste é válido!

As críticas exageradas a Chará após a derrota para o Grêmio e o apedrejamento a Juninho após a falha contra o Palmeiras foram atitude precipitadas. A hashtag #ForaRogerGuedes é um bom exemplo. O futuro dirá se os primeiros jogos foram atípicos na passagem do Zé em Minas, pode ser que exista a hashtag #ForaZé em dezembro, mas o momento do grupo, as opções de elenco e as primeiras apresentações são os ingredientes que ele precisava para começar com o pé direito.

Com 23 anos completados em março, José Welison tem o perfil que fará com que ele seja comparado a Pierre e Donizete, dupla campeã e conhecida pela marcação forte, o famoso volante que chega junto. Foi o que Cuca queria quando trouxe os atletas para um meio-campo frouxo. Donizete chegou e parte da torcida chiou ao ver que Soutto deixou o time titular. O tempo passou e eu não sofri calado, vi o desconhecido volante se tornar ídolo.

Agora é a vez do Zé, o cara de capanga de prefeito do interior.

 

FOTO DE CAPA: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Compartilhe